Clientes recolhem assinaturas contra aumentos absurdos nas contas de energia em MS

O movimento popular – “Energia Cara Não” – vai fazer neste domingo (3), em Campo Grande, o recolhimento de assinaturas para um abaixo-assinado contra o aumento nas contas de energia elétrica praticados pela Energisa. Segundo o grupo, o objetivo é mobilizar a população e elaborar um documento que será entregue a Aneel (Agência Nacional de […]

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O movimento popular – “Energia Cara Não” – vai fazer neste domingo (3), em Campo Grande, o recolhimento de assinaturas para um abaixo-assinado contra o aumento nas contas de energia elétrica praticados pela Energisa. Segundo o grupo, o objetivo é mobilizar a população e elaborar um documento que será entregue a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).

Segundo os organizadores, a concentração será realizada na Avenida Afonso Pena. Além de recolhimento das assinaturas, serão distribuídos adesivos da campanha contra os aumentos. De acordo com os organizadores, existe mobilização em 20 cidades de Mato Grosso do Sul. Na Capital, cinco pessoas estão responsáveis pelo trabalho.

Ainda de acordo com o grupo, o trabalho começou após amigos constarem que as contas estavam em crescente aumento de valores. No entanto, o movimento – que começou pequeno – se propagou vertiginosamente e os organizadores perceberam que não se tratavam de casos isolados, mas algo que afetou a sociedade sul-mato-grossense.

A organização ainda explicou que o trabalho será finalizado até dia 28 de fevereiro. Posteriormente, um documento será elaborado e entregue a Aneel.

Serviço

As assinaturas serão recolhidas na Avenida Afonso Pena, às 17h, próximo à casa do Papai Noel, na cidade do Natal.

Susto

Um campo-grandense levou um susto ao abrir a conta de luz da residência onde mora, com a esposa e um bebê, no Parque do Sol. Isso porque a fatura da Energisa, com vencimento em fevereiro, veio no valor de exatos R$ 79.135,79, deixando a família boquiaberta.

A esposa do consumidor contou ao Jornal Midiamax que esta é a segunda conta que vem no CPF do marido. A primeira, com vencimento em janeiro, foi no valor de R$ 16 – ela conta que a casa não tem ar condicionado e a única coisa que eles fizeram “de diferente” foi ligar o pisca-pisca natalino nos últimos meses. A decoração, no entanto, não seria o suficiente para consumir tanta energia.

Reunião

Foi realizada na no mês passado, uma reunião entre vereadores, governo do Estado, representantes da Energisa, MP-MS (MInistério Público de Mato Grosso do Sul), Procon-MS e Procon municipal, onde foi proposta a abertura de uma CPI para analisar se há irregularidades na cobrança.

Energisa

O que diz a Energisa
A Energisa explica que as altas temperaturas registradas no estado, principalmente em dezembro, justificaram o aumento no consumo de energia elétrica. A concessionária também aponta que o recesso escolar como uma das causas para o maior gasto de energia.

“As altas temperaturas exigem que equipamentos de refrigeração consumam mais energia para funcionar adequadamente, podendo até dobrar. Em dezembro do ano passado, o consumo de energia foi recorde. Este comportamento pode ser explicado por um aumento na temperatura média em torno de 4%, com horário de pico registrado por volta das 15 horas. Em 23 dias do mês de dezembro, a temperatura superou 25 graus, quando em novembro do mesmo ano, somente 14 dias ultrapassaram essa marca”, informou a Energisa em nota.

A concessionária esclareceu que não há irregularidades na medição ou na leitura das instalações e que o aumento é justificado pelo clima. A concessionária também orientou que o cliente entrassem em contato com os canais de atendimento para esclarecimentos.

Parcelamento

A partir de denúncias das supostas cobranças abusivas, a concessionária esteve reunida, no último dia 22, com o Procon-MS (Superintendência Estadual de Orientação e Defesa do Consumidor) e com o Procon Campo Grande, no qual ficou acertada a possibilidade de parcelamento das faturas em até 4 vezes.

O parcelamento, no entanto, só poderá ser feito por clientes que entendam que o próprio consumo gerou aumento na conta. Consumidores que ainda se sentirem lesados poderão pedir uma perícia no relógio de energia no Inmetro – para tanto, o custo é de R$ 9 monofásico; R$ 14 para bifásico e R$ 19 para os relógios trifásicos.

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