Medicação trocada e vaga perdida: idosas têm fichas alteradas em UPA e famílias denunciam

Por ter os nomes iguais, duas idosas tiveram as fichas médicas trocadas no último fim de semana na UPA Vila Almeida, em Campo Grande. As pacientes tiveram medicação trocada e uma delas, que ainda espera vaga para hospital, perdeu o encaminhamento para uma cirurgia. As famílias denunciam e relatam que o erro poderia ter causado […]

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Por ter os nomes iguais, duas idosas tiveram as fichas médicas trocadas no último fim de semana na UPA Vila Almeida, em Campo Grande. As pacientes tiveram medicação trocada e uma delas, que ainda espera vaga para hospital, perdeu o encaminhamento para uma cirurgia. As famílias denunciam e relatam que o erro poderia ter causado a morte de ambas.

As pacientes, com sobrenomes parecidos, inclusive, são Eva Moreira, de 73 anos, que foi parar na UPA depois de ter um começo de infarto, e Eva Machado, de 84 anos, que procurou a unidade depois de dores na vesícula.

Raquel Moreira, de 49 anos, é nora de Eva e disse ao Jornal Midiamax que a família estranhou o fato da idosa passar mal quando recebeu um medicamento na veia no sábado (9). “Ela começou a ter uma dor no estômago aí a enfermeira retirou o soro do braço dela. Até ali a gente não desconfiava de nada [troca das fichas]”, disse Raquel.

O susto maior foi quando o médico chegou com o encaminhamento da idosa para o hospital. “No encaminhamento falava que era para uma operação na vesícula, mas ela estava ali por problemas cardíacos. Imediatamente a gente recusou e fomos embora”, contou a nora de Eva. Desta forma, a tão esperada vaga da outra paciente foi baixada.

Do outro lado, aguardando o direcionamento para o hospital, a família de Eva Machado descobriu que a vaga tinha sido cancelada depois de questionarem os enfermeiros. “Eu cheguei em uma enfermeira e perguntei sobre a vaga da minha mãe, aí ela disse que a vaga para a Eva já havia sido baixada, mas acontece que a vaga foi oferecida para outra Eva. Um absurdo isso”, disse Márcia Santos da Silva, de 39 anos, filha de Eva Machado.

Antes de saber que o encaminhamento foi para a outra paciente do mesmo nome que a mãe, Márcia diz que no sábado (9), a paciente começou a ter uma reação com a medicação, mas foi informada que era normal. “O rosto dela inchou tanto depois que ela tomou os remédios, aí eu perguntei para a enfermeira e ela disse que era assim mesmo, que era porque ela estava deitada”, disse ela, acreditando que, naquele momento, as fichas com as prescrições dos remédios já estariam trocadas.

Posicionamento

Em nota, a SESAU (Secretaria Municipal de Saúde) confirmou que houve um equívoco na identificação das fichas e relatou que a vaga para o hospital de Eva Machado ainda segue em aberto, porém depende dos hospitais em Campo Grande. Por fim, disse que investigará os responsáveis pelo erro.

Confira a nota:

“A solicitação de transferência para hospital foi realizada logo nos primeiros atendimentos, devido ao estado de saúde da paciente. Houve um equívoco com nomes semelhantes de pacientes na unidade, entretanto, a solicitação para transferência permaneceu em aberto.

A SESAU vai apurar os responsáveis pelo equívoco, mas esclarece que tal episódio não prejudicou a senhora Eva Machado. A SESAU está atenta a situação da paciente e insistentemente tem solicitado a vaga nos hospitais, mas devido a alta demanda nestes locais, há demora para transferência”, diz nota.

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