Marquinhos confirma ‘Enterro dos Ossos’ na Esplanada e marca reunião para acertar segurança
O prefeito Marquinhos Trad confirmou, durante reunião na manhã desta sexta-feira (8), a realização do ‘Enterro dos Ossos’ na Esplanada Ferroviária, palco dos eventos carnavalescos nos últimos dias. O evento, do bloco independente Capivara Blasé, encerra a programação do Carnaval 2019 na cidade e chegou a ter cancelamento cogitado devido a denúncias de violência e […]
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O prefeito Marquinhos Trad confirmou, durante reunião na manhã desta sexta-feira (8), a realização do ‘Enterro dos Ossos’ na Esplanada Ferroviária, palco dos eventos carnavalescos nos últimos dias.
O evento, do bloco independente Capivara Blasé, encerra a programação do Carnaval 2019 na cidade e chegou a ter cancelamento cogitado devido a denúncias de violência e vandalismo na área de dispersão.
A reunião desta manhã, convocada pela Prefeitura de Campo Grande, contou com representantes dos blocos independentes e das demais pastas que atuaram na dispensa de apoio logístico e institucional. Vereadores e deputados também estiveram presentes.
Na ocasião, Marquinhos confirmou a realização do evento e afirmou que novo planejamento será necessário para evitar reincidência dos problemas reportados. Uma reunião, a princípio, nas dependências da Sectur (Secretaria Municipal de Cultura e Turismo), está marcada para ainda hoje, às 14h.
Replanejamento
Para os presentes, o Carnaval realizado dentro da área isolada da Esplanada – que consiste em trecho da Avenida Calógeras e das ruas Doutor Temístocles e General Melo, além de parte da 14 de julho – ocorreu dentro da normalidade. Os problemas mais graves ocorreram na área de dispersão, sobretudo no trecho da Avenida Calógeras, entre a Mato Grosso e a Antônio Maria Coelho.
“Vamos fazer um belo evento no sábado. O ponto de discussão aqui é o entorno e a infraestrutura. Temos que ter mais banheiros químicos, mais segurança, imprimir ritmo de fiscalização com a Semadur, aumentar a força-tarefa na dispersão e criar o cronograma de discussão para o ano que vem”, destacou o prefeito.
Nilde Brum, titular da Sectur, destacou a tranquilidade da festa na área isolada e reforçou que o TAC firmado junto ao MP-MS (Ministério Público Estadual), que garantiu os eventos, foi cumprido.
“Creio que devamos fechar todo o quadrante, isolar até a Antonio Maria Coelho. O que vai ser tratado hoje [na reunião] é aumentar o perímetro do isolamento. Isolar o perímetro, mesmo, manter as revistas, para evitar violência”, destacou. “Outro ponto são os banheiros. Temos que expandir a distribuição. Em vez de ficar só na Esplanada, colocá-los também na Mato Grosso”, sugeriu.
Segurança no entorno
Integrante do Capivara Blasé, o diretor teatral Vitor Samúdio destacou o carnaval de blocos como, atualmente, o maior evento carnavalesco do Estado, com público estimado em 170 mil pessoas durante os quatro dias de realização.
“Nosso Carnaval é uma potência cultural e econômica, que injetou cerca de R$ 50 milhões na cidade. Até a polícia militar reconheceu que foi o Carnaval mais organizado. Em Campo Grande, não houve registro de mortes. O que temos é que resolver os desafios do entorno”, apontou.
Os desafios, no caso, consistem em aumentar efetivo policial, defesa patrimonial, fiscalização e banheiros químicos para além da área isolada, além de agentes do Conselho Tutelar. A revista nas áreas isoladas deverá ser mantida.
O titular da Sesdes (Secretaria Especial de Segurança e Defesa Social), Valério Azambuja, foi o único ponto de resistência. Ele destacou a necessidade de reforçar a segurança porque, segundo ele, baderneiros dos últimos dias retornarão à região no sábado e o efetivo da GCM (Guarda Civil Metropolitana) deslocado para a região é insuficiente para conter algazarras promovidas por quem eventualmente permanecer no entorno após a dispersão, marcada para às 22h do sábado.
“De fato, dentro do perímetro não teve confusão, o problema é no entorno. Mas, não é uma questão de segurança, mas de falta de educação. O evento teve 50 mil por dia, mas outros 800 mil habitantes não estiveram lá, estavam olhando para ver o que acontece. Será que é bom [manter o evento]?”, declarou.
O secretário foi rebatido por Silvana Valu, fundadora do Cordão Valu, o mais tradicional da cidade. “Numa democracia, não se pode deixar de olhar a minoria. E nesta democracia, 50 mil pessoas queriam o Carnaval”, rebateu.
Valu também destacou que os blocos são uma iniciativa civil, que é custeada pelos próprios realizadores, e sem fins lucrativos. Para ela, o poder público tem obrigação de dispensar o apoio e infraestrutura. “É um evento que fazemos por amor”, disse.
Repercussão negativa
A reunião também teve discussões sobre amplificação do lado negativo dos eventos, sobretudo pela imprensa. “A maior parte do que vimos foi sobre depredação. Esperávamos mais visibilidade à beleza da festa e aos R$ 50 milhões injetados na economia da cidade. A Cultura é a única das pastas que devolve dinheiro para o município. Cultura é uma economia que faz devolver dinheiro”, destacou Silvana Valu.
“No domingo (10), quando não havia bloco na Esplanada, 30 mil pessoas compareceram espontaneamente. Isso ocorre porque é preciso dar opção aos jovens na cidade. Incentivar criação de blocos nos próprios bairros. A ideia não é evitar que as pessoas venham para o Centro, mas dar mais opções para descentralizar a festa. Não é tirando os blocos que isso vai ser resolvido”, completou.
“Demonizar o Carnaval não adianta nada, porque as pessoas vão ocupar as ruas, com ou sem festa. As ocorrências foram poucas, proporcionalmente falando. A questão do entorno é uma solução que temos que encontrar”, destacou Angela Montealvão, do Capivara Blasé.
Representante dos lojistas do Centro, que reportaram arrombamentos e depredações, Adelaido Vila, da CDL (Câmara dos Dirigentes Lojistas) também considerou a realização do evento como algo pacificado e pediu mais segurança.
“O evento mostrou que há uma população excluída em Campo Grande, que são os jovens. Eles não têm acesso à cultura e lazer. Não tem que se discutir a existência do Carnaval, mas educar os filhos de Campo Grande. O Carnaval é fundamental para a cidade que sobrevive de comércio e serviços”, considerou.
Marco regulatório
A proposta de criar normativas que determinem um marco regulatório do Carnaval de rua na cidade também foi citada.
“Precisamos criar esse dispositivo, devemos nos antecipar até mesmo ao MP-MS e convidar todos para a elaboração desse marco regulatório. É justo com Campo Grande, cidade em que mais de 70% da economia gira em torno de comércio e serviços”, apontou Mario Fonseca, advogado e um dos fundadores do Capivara Blasé.
Na ocasião, Marquinhos também mencionou a necessidade de se planejar o Carnaval do ano que vem. “O evento é incontestável e o objetivo é torná-lo melhor e mais seguro”, finalizou.
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