Dia a dia no transporte público é difícil, relatam usuários em Campo Grande após protesto
Após manifestação no Terminal Morenão em Campo Grande, com cerca de 100 trabalhadores devido a ônibus atrasados no feriado desta sexta-feira (15), os usuários do transporte público relatam que o dia a dia pela espera de veículos é difícil e não apenas em datas específicas quando a frota é reduzida em até 30%. A manifestação […]
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Após manifestação no Terminal Morenão em Campo Grande, com cerca de 100 trabalhadores devido a ônibus atrasados no feriado desta sexta-feira (15), os usuários do transporte público relatam que o dia a dia pela espera de veículos é difícil e não apenas em datas específicas quando a frota é reduzida em até 30%.
A manifestação desta manhã acabou depois de 30 minutos, por volta das 8h30, com a presença da Guarda Municipal que apontou arma no rosto dos trabalhadores e jogou spray de pimenta em mulheres.
O promotor de vendas Luis Alberto dos Santos, de 28 anos, participou do protesto e relata que a
manifestação é só para exigir os seus direitos. “A gente faz porque quer melhoria. Todo dia é assim, tem atrasos, os ônibus são velhos”.
Luis lembra ainda de uma vez ter embarcado em um ônibus com o banco afundando. “A situação era crítica, a ponto de alguém se machucar”.
Neste feriado, o trabalhador precisava chegar no trabalho às 8h e pelo atraso nas linhas 070, 072 e 075 que passam pela Avenida Eduardo Elias Zahran, ficou mais de uma hora esperando um veículo que não estivesse lotado para poder trabalhar.
Regina Lúcia de 26 anos, foi atingida no olho com spray de pimenta jogado pelos Guardas Municipais que dispersaram a manifestação. Ela não quis ter a imagem divulgada, mas relatou ter deixado o filho de um ano em casa. “Ele ficou chorando para eu poder ir trabalhar e acontece essa falta de respeito com a gente. Eu tive uma arma apontada para o meu rosto”.
Deficiente física, a telefonista Dorcas Sanches Saldanha, de 52 anos, conta que nas primeiras horas dos dias úteis, é muito difícil utilizar o transporte público. “Imagina no feriado. Eles tiram o 087 articulado das 5 horas e reduzem a frota, aí fica cada um por si e Deus por todos”.
Dorcas reclama que os fiscais dos terminais veem os pontos superlotados, mas não tomam uma atitude. “Eles podiam colocar um ônibus reserva para socorrer nestes momentos”, reclama.
A telefonista conta também como é seu dia a dia no transporte público. “Venho pendurada do bairro Los Angeles todos os dias. Na primeira volta do Los Angeles até o Terminal Guaicurus eu fico em pé e depois do Guaicurus até o Morenão no 087, continuo em pé. Ainda fico em pé no 072 até o bairro Carandá Bosque onde trabalho. Devido a superlotação e a falta de educação dos passageiros, todos os idosos e deficientes ficam pendurados e em pé”.
A mulher relata ainda que utiliza o transporte público desde os 5 anos de idade e diz que antigamente, o poder público era mais responsável e preocupada com a população. “O antigo Santa Rosa que era um só, mas fazia toda cidade e apesar de ser outros tempos, eram mais responsáveis e mesmo sendo só um carro, tinha hora certa pra passar”.
Dorcas fala que a cidade cresceu e os usuários de transporte aumentaram, mas o atendimento parou no tempo. “Acho que falta um gerenciamento especializado no assunto transporte coletivo”.
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