Construtora estaria desviando nascente para bueiro na Capital, denunciam moradores

Há duas semanas um vazamento vem incomodando quem mora na região da avenida Três Barras, em Campo Grande. A empresa responsável pela construção de um condomínio teria canalizado a água que seria de uma nascente para que escoasse na rua e caísse no bueiro mais próximo. A situação foi denunciada por moradores da região que […]

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Foto: Daiany Albuquerque
Foto: Daiany Albuquerque

Há duas semanas um vazamento vem incomodando quem mora na região da avenida Três Barras, em Campo Grande. A empresa responsável pela construção de um condomínio teria canalizado a água que seria de uma nascente para que escoasse na rua e caísse no bueiro mais próximo.

A situação foi denunciada por moradores da região que se indignaram com o vazamento. “Há duas semanas nós moradores passamos em frente a construção na própria avenida e vemos uma água cristalina saindo de dentro do condomínio e caindo no bueiro do lado de fora. Um dos pedreiros me afirmou que a aguaceira vem de uma nascente que descobriram quando foram fazer um reservatório de água. É crime ambiental. Muita água potável sendo desperdiçada.”, disseram.

De acordo com o ambientalista Haroldo Borralho, a construção nem poderia ter sido autorizada no local, já que se trata de uma mina d’água. “Quando autorizam uma construção é preciso ter conhecimento dessas nuances. Principalmente das veias d’água. Em Campo Grande existem várias minas naturais no meio das ruas, elas são de domínio público. E esse tipo de coisa é um problema, precisa de um estudo antes.”, explica.

Conforme Borralho, o desvio de recursos hídricos se trata de crime ambiental previsto na lei nº 9.605 de fevereiro de 1998. Desviar curso d’água pode gerar dano moral coletivo. “Cabe multa, mais penalidade. É crime ambiental e é uma situação que pode ser prevista. Para isso existe o plano de recursos hídricos de uma área para construção. A situação precisa ser denunciada na Semadur que tomará os procedimentos necessários”, ressalta.

Uma equipe do Jornal Midiamax esteve no canteiro de obras do condomínio na manhã da sexta-feira (7) e conversou com funcionários que não se identificaram, mas afirmaram que a água não era contaminada, confirmando ser de uma nascente encontrada durante as obras e que a água foi desviada enquanto não conseguem estancar.

Sobre saber das irregularidades da ação, uma funcionária informou que chamaria um responsável para responder, e após alguns minutos a equipe foi informada pelo porteiro da construção que não seria mais atendida. 

Ao Jornal Midiamax, a Semadur informou que será encaminhada fiscalização no local para que seja feita a vistoria e verificar se é realmente uma nascente ou olho d’água. A secretaria ressalta que também por conta da obra,  pode ser que tenha atingido o lençol freático que nessa época do ano ainda está com o nível alto ou então pode ter ocorrido o rompimento de alguma estrutura de condução de água tratada. Portanto, antes de qualquer informação, primeiro é preciso vistoriar o local. E lembra que, denúncias como está podem ser formalizadas via Disque Denúncia 156.

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O leitor enviou as imagens ao WhatsApp do Jornal Midiamax no número (67) 99207-4330. O canal de comunicação serve para os leitores falarem com os jornalistas. Flagrantes inusitados, denúncias, reclamações e sugestões podem ser enviados com total sigilo garantido pela lei.

* Matéria editada 10/06 às 14h37 para acréscimo de informações.

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