Em mais um capítulo do impasse com relação ao desmatamento da APA (Área de Preservação Ambiental) de , conselheiros ambientais foram barrados em reunião a portas fechadas na Prefeitura do município, realizada nesta segunda-feira (22). Com policiais impedindo o acesso dos ambientalistas, eles afirmam que os reais interessados, preocupados com a natureza, não podem estar na sala nem em silêncio.

Segundo informações apuradas pelo Jornal Midiamax, estão no gabinete do prefeito Mário Kruger (PSC) representantes do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), proprietários que pretendem desmatar a área, técnicos responsáveis e a secretária de Meio Ambiente e Turismo, Vanusa Lopes da Silveira.

“Todos do Conselho que se manifestaram contra aquele crime foram barrados dessa reunião. Disse que ficaríamos até em silêncio, mas nos retiraram e colocaram policiais na porta para não entrarmos em um prédio público. E se eles consentirem com o desmate?”, questionou Evaldo Fernandes Maciel, representante dos donos de balneários em Rio Verde.

Maciel explica que são 18 mil hectares de APA na região de Rio Verde, onde nove mil é de arenito com pequenas porções de mata nativa, considerado terreno impossível para pecuária. “É lei, está comprovado, não tem como desmatar lá para usar na pecuária. Não é próprio! Não julgo o proprietário, ele entrou com o pedido da forma correta. Errado está o Estado em aprovar e mais ainda o município por autorizar e não nos comunicar”, defende o ambientalista.

O empresário diz ainda que essa situação é totalmente política e negligente, em que os prejuízos para a natureza são irreparáveis. “Já houve conversas em que a secretária de Meio Ambiente afirmou nem ter conhecimento do que uma APA. Quem vai pagar por esse crime? Quem vai responder por essa irresponsabilidade?”.

Entenda

Na última segunda-feira (15), máquinas começaram a derrubada de 80 hectares de mata nativa ao lado do balneário Sete Quedas, um dos principais pontos turísticos da cidade, com autorização do Imasul. A reportagem tentou entrar em contato com o Imasul, mas na terça-feira (16) a derrubada foi suspensa pelo Governo do Estado. A derrubada pode causar danos como o assoreamento dos rios da região, além do grande impacto na fauna da região.