Campanha visa políticas públicas para o enfrentamento do feminicídio no MS

Em lembrança do primeiro caso de feminicídio registrado em Mato Grosso do Sul, foi lançada a Campanha Estadual de Combate do Feminicídio, nesta segunda-feira (27), na Governadoria, com representantes de todos os setores públicos, como legislativo e judiciário, além da sociedade civil do Estado. Em 1º de junho de 2015, Isis Caroline, de apenas 21 […]

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Foto: Marcos Ermínio
Foto: Marcos Ermínio

Em lembrança do primeiro caso de feminicídio registrado em Mato Grosso do Sul, foi lançada a Campanha Estadual de Combate do Feminicídio, nesta segunda-feira (27), na Governadoria, com representantes de todos os setores públicos, como legislativo e judiciário, além da sociedade civil do Estado.

Em 1º de junho de 2015, Isis Caroline, de apenas 21 anos, morreu esganada pelo namorado e seu corpo foi jogado no Córrego Mutum, sendo encontrada cinco dias depois. “A campanha marca a morte de Isis e de mais 124 mulheres que morreram em Mato Grosso do Sul, desde a vigência da Lei, e de 160 mulheres que sobreviveram ao feminicídio neste período”, explicou Luciana Azambuja, subsecretária da Sedhast (Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho).

Só em 2019, foram 16 vítimas de feminicídio no Estado, entre 17 e 56 anos. Dessas, quatro em Campo Grande, 12 no interior, onde três são indígenas. Durante todo o mês de junho serão realizadas ações de conscientização, como passeadas, panfletagens e palestras nas escolas.

“Nas escolas têm que conversar com os alunos, pois se sabe que nos lares, onde existe a violência doméstica, 80% dos filhos presenciam essas agressões e com certeza irão reproduzir de alguma forma”, acredita Jacqueline Machado, juíza da 3ª Vara da Violência Doméstica da Capital.

Bruna Oliveira da Silva, 29, em 2017, teve o braço quebrado e inúmeras fraturas por todo o corpo após o ex-companheiro a agredir com pé-de-cabra e depois a atropelar. “Tive a oportunidade de ter acompanhamento psicológico, que me permitiu estar aqui hoje com a vida transformada”, relatou ao público. Hoje faz parte da equipe técnica de Atendimento à Mulher.

Para a deputada federal Rose Modesto (PSDB), investir no primeiro atendimento de prevenção e na educação é o principal caminho para o enfrentamento da violência. “Acredito que se toda a rede estiver pactuada com esse enfrentamento, para sensibilizar meninos ainda na sua infância, da importância do cuidar, amar e respeitar mulheres, daqui 20 anos vamos nos reunir para comemorar novos conquistas, não ouvir testemunhos fortes como este da Bruna”, destacou.

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