Protesto que fechou Rio Paraguai contra ‘cota zero’ na pesca completa 5 dias
A polêmica em torno da ‘cota zero’, lei que poderá entrar e vigor e proibir que peixes pescados por pescadores amadores sejam levados, tem tirado o sono de empresários, moradores e barqueiros do Estado, pois temem prejuízo na economia. Em Porto Murtinho, 440 km de Campo Grande, cerca de 30 pescadores bloquearam o Rio Paraguai […]
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A polêmica em torno da ‘cota zero’, lei que poderá entrar e vigor e proibir que peixes pescados por pescadores amadores sejam levados, tem tirado o sono de empresários, moradores e barqueiros do Estado, pois temem prejuízo na economia. Em Porto Murtinho, 440 km de Campo Grande, cerca de 30 pescadores bloquearam o Rio Paraguai e manifestação já dura cinco dias.
Os trabalhadores reivindicam que a decisão de colocar a lei em vigor seja revisada para não prejudicar quem mais precisa e vive do turismo e da pesca na cidade. Conforme o empresário e proprietário de pousada na cidade há 17 anos, Marcos Nunes, uma reunião foi feita no último sábado (9) e a maioria optou pelo bloqueio.
O empresário diz que o Governo do Estado tem faltado com transparência com os moradores que mais dependem da pesca na cidade. Com a aproximação do feriado de Carnaval, turistas que já tinham reservado hospedagem, guias e barcos, estão cancelando a ida a cidade justamente por não poderem pescar e levar o peixe para casa.
“Não somos contra a cota zero, porque uma hora ou outra isso ia acontecer e os cardumes precisam ser preservados, mas somos contra com o que está sendo feito. O Governo deveria ter uma sensibilidade com os pais de família que moram aqui e dependem disso para não deixar faltar o prato de comida em casa. Os pescadores precisam se adequar, porque aqui a realidade é bem diferente. Só quem vive aqui sabe o que poderá ser prejudicado”, contou o empresário ao Jornal Midiamax.
Ainda segundo Marcos, o bloqueio está acontecendo, pois, os pescadores estão desesperados com a falta de informação e clareza das autoridades. Além disso, ele comentou que a economia da cidade se baseia em 70% da pesca e do turismo e, com a legislação da cota zero, haverá um enorme prejuízo.
“O povo aqui é humilde. O Governo deveria ser mais claro. Falaram em restrições, mas não deixam claro o que seriam essas restrições. Proibindo levar o peixe [proposta da cota zero], automaticamente se proíbe a pesca, porque o turista vem aqui para pescar e levar o peixe”, contou Marcos.
Governo cita preservação
No dia 30 de janeiro, um grupo de empresários e pescadores se reuniram com o o secretario Jaime Verruck, da Semagro (Secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), para discutir questões sobre a cota zero, projeto que proibirá a pesca amadora nos rios do Estado. Com o decreto os peixes pescados deverão ser todos devolvidos ao rio e não poderá mais ser levados pelos pescadores amadores.
“Nossa preocupação é fazer uma recuperação dos recursos pesqueiros do Mato Grosso do Sul. O que tivemos aqui hoje, foi receber várias sugestões, como tamanho dos peixes permitidos [para pescar e levar], fiscalização e educação ambiental”, disse.
Uma das reivindicações dos empresários foi pedir maior fiscalização nas cachoeiras do Estado, pois segundo eles, pescadores praticam pesca ilegal e em grande quantidade em quedas d’água. Outra questão que deverá ser debatida na próxima reunião é a educação ambiental dos pescadores amadores.
“Para estabelecer cota zero, tem uma série de orientações sobre os apetrechos da pesca para não causar morte do peixe, porque não adianta nada pescar e soltar, mas o peixe morrer”, afirmou Verruck.
Limite de 5 a 7 kg
O Governo do Estado deve publicar nos próximos dias o decreto que limita a quantidade de pescado nos rios de Mato Grosso do Sul, conhecido como cota zero. Ainda faltam definir alguns detalhes, como a quantidade limite de pescado, que deve ficar em 5kg, podendo chegar a 7kg, segundo o deputado estadual Evander Vendramini (PP).
“Até semana que vem o governo já deve fechar o texto e em 15 dias ele será publicado. A maior parte do setor concordou com a proposta. O governo foi muito sensível ao ouvi-los e vão chegar a um acordo. Há a preocupação com os ribeirinhos e com os turistas, mas se acabar os peixes vai ser ruim para todo mundo”, declarou Vendramini.
Hoje, é permitido pescar até 10kg de peixe, mais um exemplar e cinco piranhas. A expectativa é de que esse limite caia pela metade, limitando a 5kg, um exemplar e mais cinco piranhas. A categoria, porém, está em tratativas e esse mínimo pode chegar a 7kg.
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