Morreu, na madrugada de sábado (31), dona Fábia Pedro, aos 108 anos. Conhecida pela habilidade em fazer peças de crochê sentada em sua varanda, ela faleceu ao lado da família em sua casa no bairro São Conrado, em , de falência múltipla dos órgãos.

Descendente de índios da etnia Terena, dona Fábia nasceu em Aquidauana, no dia 31 de janeiro de 1911, na fazenda Bananal. Morou por muitos anos na aldeia, com seu segundo marido, e vivia há dois anos na Capital, com a família de sua única filha.

Nos últimos dois meses, Fábia passou a maior parte do tempo em sua cama, já que seus órgãos começavam a sentir o peso de mais de um século de vida. Antes disso, porém, demonstrava vitalidade, com uma rotina de independência nas tarefas cotidianas e em seu prazer de fazer crochê.

“Ela viveu seus 108 anos gozando saúde. Posso dizer que ela viveu mesmo todos os seus dias de vida sem depender de ajuda nossa, que muitas vezes queríamos ajudar, mas ela sempre com vontade e desejo de fazer de tudo o que queria não aceitava por sempre achar que estava bem”, relata Marques Nunes Pereira, 50 anos, neto de Fábia, que ficou ao lado dela até seu último suspiro.

Marques diz que o grande legado que a avó deixa é o exemplo de vitalidade e motivo de orgulho por ser indígena.