Apesar de 380 esperarem na fila em Campo Grande, Dourados tem 20 vagas para radioterapia
Pacientes que dependem da macrorregião de Campo Grande para realizarem a radioterapia podem ser encaminhados para tratamento em Dourados, distante 225 quilômetros da Capital, de acordo com a Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul. Com mais de 380 à espera de tratamento na Capital, a cidade do interior tem 20 vagas disponíveis, segundo o […]
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Pacientes que dependem da macrorregião de Campo Grande para realizarem a radioterapia podem ser encaminhados para tratamento em Dourados, distante 225 quilômetros da Capital, de acordo com a Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul. Com mais de 380 à espera de tratamento na Capital, a cidade do interior tem 20 vagas disponíveis, segundo o defensor público Nilton Marcelo de Camargo.
“A Defensoria tem feito diversos encaminhamentos para cobrar a regulação dos pacientes ao tratamento e redução da fila, mas é preciso que o paciente tenha compreensão sobre a doença. Há pacientes que preferem aguardar. Mas em Dourados há casas de apoio para recebê-los e as secretarias do Estado e do Município podem fazer o deslocamento deles”, explica.
Segundo Camargo, o poder público está aberto para atender a demanda e tentar diminuir a fila de Campo Grande, mas por muitas vezes, a família é contra o paciente se tratar em outra cidade. “É possível que o paciente comece o tratamento com mais agilidade e rapidez, mas muitos preferem aguardar a fila da Capital, que está grande”.
A Defensoria afirma que é possível que a fila esteja normalizada em até oito meses.
Regulação
O encaminhamento de pacientes não é feito de acordo com o tempo que ele aguarda na fila, mas de acordo com a gravidade e necessidade da urgência no tratamento. “O Hospital do Câncer tem trabalho em três turnos com a Radius, única clínica que aceitou firmar o convênio com o hospital filantrópico e atender recebendo pela tabela SUS (Sistema Único de Saúde)”, pontua o defensor.
Foi realizada reunião no início do mês para monitoramento da questão com os órgãos responsáveis. “A ideia é fazer uma composição a respeito desse monitoramento da fila pela Defensoria e tentar uma medida mais eficaz em relação ao aumento, para que a quantidade de pessoas aguardando o tratamento diminua”.
Campanhas como o Outubro Rosa e Novembro Azul também fazem aumentar o número de diagnósticos com a procura pelos exames, que podem ter acarretado em mais pacientes a espera do tratamento, pontua o defensor. “É muito importante que a pessoa que tem uma decisão judicial favorável para o início imediato do tratamento procure a Defensoria, tanto para a gente acompanhar o caso como monitorar a dimensão da lesão e quantidade de pessoas que deveriam estar sendo atendidas. O tempo médio para iniciar o tratamento deve ser de cerca de 60 dias”, explica.
Convênio
O Hospital do Câncer Alfredo Abrão, de Campo Grande, que herdou os contratos da radioterapia do SUS (Sistema Único de Saúde), recebeu um aditivo de R$ 6 milhões no convênio 06/2018, que mantém com a Saúde para receber dinheiro público e atender a demanda. Mesmo assim, 380 pacientes continuam na fila, segundo a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), que faz a gestão do SisReg (Sistema de Regulação de Vagas).
A indicação para o início do tratamento da radioterapia é de, em média, 28 dias, com tolerância de até 60 dias, segundo liminar em Campo Grande que estipulou até mesmo indenização por danos de até R$ 40 mil depois esse período.
O valor do contrato aumentou após a Santa Casa e a Clínica Radius romperem o contrato para o atendimento dos pacientes do SUS neste ano. O Hospital, que é filantrópico, recebeu um aditivo ao Convênio 06/2018 em agosto com mais R$ 6 milhões ao ano para atender a demanda, passando dos antigos R$ 24,8 milhões ao valor atual de R$ 30,8 milhões. São R$ 2.572.386,96 ao mês. Em setembro, contratou a mesma Clínica Radius para auxiliar no atendimento da demanda.
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