Abandonados no fim de semana, terminais viram foco de violência contra passageiros
Episódios de violência em terminais de ônibus parecem ter virado rotina em Campo Grande. Neste domingo (19), mais uma pessoa foi agredida. Desta vez, uma cuidadora de idosos levou chutes e puxões de cabelo por um grupo de jovens aparentemente bêbados, enquanto espera o ônibus dentro do Terminal Bandeirantes. Após a confusão, um dos envolvidos […]
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Episódios de violência em terminais de ônibus parecem ter virado rotina em Campo Grande. Neste domingo (19), mais uma pessoa foi agredida. Desta vez, uma cuidadora de idosos levou chutes e puxões de cabelo por um grupo de jovens aparentemente bêbados, enquanto espera o ônibus dentro do Terminal Bandeirantes.
Após a confusão, um dos envolvidos ainda voltou ao local armado com uma faca. A vítima relatou à reportagem do Midiamax que estava parada quando a passou a ser provocada pelo grupo, de dois homens e duas mulheres, com idades entre 20 e 30 anos.
Eles diziam que ela “estava olhando com cara feia” por que não gostava de brincadeira. A trabalhadora, no entanto, teria dito que “estava tranquila e não queria briga”, mas mesmo assim acabou violentada pelos jovens.
Duas funcionárias do terminal interviram em defesa da vítima e os agressores só foram embora quando a Guarda Municipal foi acionada. Mas este não é um caso isolado. Inúmeros leitores do Midiamax também relataram ter sido agredidos ou presenciado cenas parecidas nos últimos dias. E aos finais de semana, a situação de abandono fica ainda mais evidente.
“Não tem segurança nos finais de semana. Também fui agredida verbalmente por um homem bêbado no Terminal Aero Rancho e os fiscais disseram que não havia segurança no sábado. Parabéns ao consórcio responsável que não pensa na segurança dos usuários nos finais de semana”, escreveu uma leitora.
“Terminal Bandeirantes à noite está perigoso, tem que ter polícia. Cadê a segurança da população”, cobrou outra. “Que absurdo. “Para isso que se pega uma tarifa alta? Para não ter segurança”, questiona outra.
Na semana passada, outra mulher foi agredida, mas dessa vez foi pior. Ela foi esfaqueada dentro de um ônibus no Terminal Nova Bahia. A Polícia Militar foi acionada, mas o suspeito fugiu. E nem mesmo os próprios seguranças estão livres das agressões. Ali mesmo no Terminal Bandeirantes, onde a cuidadora foi vitimada, sobrou até para o vigia, que foi agredido com socos e chutes depois de impedir o acesso de um jovem que queria entrar sem pagar.
Exemplos, apara o azar e desespero de quem depende do transporte público, não são raros de se ver. Mas a pergunta que não quer calar é a seguinte: de quem é, de fato, a responsabilidade pela segurança dos usuários do transporte coletivo da Capital? Fomos atrás.
É do Consórcio Guaicurus?
Eles garantem que não. Por meio da assessoria de imprensa, a concessionária argumenta que pelo caráter público do serviço, a responsabilidade pela segurança nos terminais de transbordo é da Prefeitura.
Então é da Guarda Municipal?
Também não, afirmam. Questionada pela reportagem, a assessoria da Guarda Municipal informou, no entanto, que é, sim, do Consórcio Guaicurus a atribuição, mas, em casos emergenciais, agentes são enviados aos terminais. Nos horários de pico, dizem, até estão de prontidão, mas a responsabilidade é da concessionária.
A Guarda informa que o Consórcio Guaicurus até solicitou plantonistas, mas os terminais não possuem condição salubre para permanência da equipe, além do número de agentes ser insuficiente para atender toda demanda de Campo Grande, que vai além dos terminais.
Apesar disso, lembram, equipes também podem ser acionadas pelo 153 e ocorrências similares têm prioridade. A reportagem também acionou o diretor-presidente da Agetran, Janine Bruno, e a Prefeitura de Campo Grande para sanar a dúvida dos usuários, e aguarda retorno.
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