A obra do passou por vistoria a pedido do juiz David de Oliveira Filho da 2° Vara de Direitos Difusos na tarde desta terça-feira (14), em . Além de constatar o abandono, a vistoria teve como objetivo elencar os serviços que já foram feitos pela Fluidra.

Contratada para fazer a climatização, cenografia, automação e iluminação do aquário, a empresa alega ter concluído 95% dos trabalhos. O arquiteto da IMASUL afirmou que a parte elétrica está toda comprometida, o que requer uma reforma total.

Com início em 2011, a obra foi paralisada em 2016 por falta de recursos. A empresa responsável pela construção apresentou um orçamento de R$ 8 milhões e durante o processo o número saltou para R$  29 milhões.

A ação do  MPE (Ministério Público Estadual) investiga o caso desde 2016 e um dos questionamentos é o fato da empresa escolhida para a construção do aquário não ter passado por processo licitatório.

Ao final da visita, que durou duas horas e inspecionou todos os setores da obra, o juiz David de Oliveira Gomes afirmou que as informações constatadas serão documentadas e anexadas ao processo.

“Aqui tivemos uma noção maior das questões que são debatidas no processo [do MP]. Lá se fala que só existia uma única empresa para realizar essa obra da filtragem e outros falam que outras empresas poderiam fazer, por isso a necessidade de licitação. Por isso a gente veio aqui hoje para ver se esse serviço é tão exclusivo, que não poderia ser aberto um processo normal”, disse David.

O fato de não ter acontecido um processo licitatório para abrir concorrência para outras empresas e a alteração do valor, fez o MP questionar se a obra não foi superfaturada.

Abandono

A reportagem do Jornal Midiamax pode acompanhar a vistoria do juiz e do MP e o que se observa é um abandono completo da obra que deveria estar concluída há quatro anos.

Os poucos peixes que restam em um dos muitos tanques do aquário sobrevivem com o auxílio de trabalhadores contratados para alimentá-los. E o que chama atenção são as águas esverdeadas do que deveriam ser cristalinas.

Com capacidade para 250 pessoas, um dos auditórios do local serve como depósito de estruturas de ferros e materiais para construção. Em outro setor, um aquário, que deverá ser abastecido com 1,2 milhões de litros d’água, aguarda para ser concluído.

Vazamento de água por toda parte, gesso se soltando, madeira solta em estrutura, piso faltando e materiais inflamáveis amontoados em um canto são apenas uns dos detalhes do abandono.

*Fotos: Mariane Chianezi