A Prefeitura de pegou mototaxistas de surpresa, na manhã desta quarta-feira (24), ao derrubar uma estrutura particular que servia como abrigo para os trabalhadores, na rua Vitório Zeolla, no Carandá Bosque. Em menos de 5 minutos, a armação de alumínio foi arrancada pelo caminhão da Prefeitura que alegou irregularidades junto a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano).

Nem mesmo a chuva que caía na cidade foi empecilho para que a Prefeitura removesse a estrutura metálica construída pelos mototaxistas no ponto próximo à praça do Carandá Bosque. Revoltados com a situação, condutores e representantes da Ampa (Associação dos Auxiliares e Permissionários de Mototaxistas) foram até a Prefeitura Municipal cobrar esclarecimentos.

O ponto de trabalho é entregue pela Prefeitura, segundo a Ampa, apenas com um poste sinalizador e fica a critério dos mototaxistas construírem, ou não, uma estrutura mais cômoda. O secretário da Associação, João Alves Ribeiro, relata que não foram orientados pelo órgão competente sobre o padrão dos abrigos e, por este motivo, a customização ficou por conta dos mototaxistas daquele ponto.

“Eles montaram a estrutura por conta própria, no valor de R$ 2.500, e a Semadur foi lá e retirou sem dar satisfação. Queremos um parecer do prefeito Marquinhos Trad.”

VÍDEO: Prefeitura derruba estrutura irregular de mototáxi no Carandá Bosque
Foto: Minamar Junior

A informação gerou insegurança nos outros trabalhadores da classe. Marcos Martins oferece os serviços de transporte alternativo no ponto do Portal Caiobá e diz sentir medo após o episódio no Carandá Bosque.

“Estou dando apoio aos meus colegas de profissão porque montamos, no nosso ponto, uma casinha que custou R$ 12 mil. Nosso medo é que a Prefeitura comece a retirar nossas casinhas e estruturas.”

Adriano Verão é um dos que trabalham na região Central da Capital, em frente ao Shopping Norte Sul. No local, além da armação que serve como abrigo da chuva, os mototaxistas também construíram banheiro e depósito para guardar pertences pessoais.

“Gastamos mais de R$ 20 mil para construir estrutura para nosso conforto. Temos banheiro, energia elétrica, lugar para guardar nossos pertencentes e pagamos todas as contas e impostos. Até porque se não pagássemos não poderíamos regularizar os alvarás, também estamos com medo.”

A Prefeitura de Campo Grande esclareceu, via assessoria de imprensa, que a Agetran está autorizando os permissionários mototaxistas a implantarem um abrigo padrão executado em estrutura metálica na via pública, onde o mesmo foi designado, porém, no caso do Carandá Bosque, o permissionário construiu dentro da área pública (praça) sem autorização da Semadur.

Confira o momento em que o abrigo é derrubado: