Por Guilherme Cavalcante e Mylena Rocha

O tema da prova de redação do (Exame Nacional do Ensino Médio) 2018, “Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet”, parece ter pego de surpresa, mas agradou candidatos que fizeram a prova neste domingo (4).

O Jornal Midiamax conversou com alguns dos primeiros candidatos a deixarem as salas de prova e, segundo eles, o tema foi bastante explorado nos últimos dias devido ao fenômeno das fake news durante as Eleições 2018.

“Não esperava que fosse sobre isso, mas é um tema que foi muito comentado nos últimos dias. Foi muito melhor que o do ano passado”, conta a candidata Debora Helena, de 18 anos, que fez a prova na Uniderp.
Em 2017, o tema adotado foi Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil, assunto que Debora considerou imprevisível. “Um tema difícil e imprevisível, pouco trabalhado, bem menos óbvio quanto o desse ano”, completa a estudante.

Assim como ela, o candidato Mathews dos Santos, de 18 anos, também considerou o tema mais fácil de desenvolver. “A prova foi tranquila, só me enrolei um pouco em língua estrangeira. Mas, a redação foi boa, porque é um tema muito atual. Acho que fui bem”, destaca.

Focado em uma vaga no curso de Agronomia, o estudante Felipe Menim, de 18 anos, mencionou que o assunto já tinha sido abordado em sala de aula. “Os professores já tinham dado a dica, falaram que internet e manipulação poderiam ser temas. Tanto é que eu falei sobre fake news”, conta.

No geral, os candidatos entrevistados consideraram o primeiro dia de prova tranquilo. Reclamaram, porém, do grande número de textos, sobretudo na parte que explora interpretação. A próxima prova, que será realizada domingo que vem, 11 de novembro, é entendida como a mais desafiadora, por explorar questões das áreas de exatas e biológicas.

Acadêmica de odontologia, Laele Weis, de 19 anos, afirma ter feito o Enem por vontade prórpia. “Dependendo do resultado dessa prova eu nem faço a da semana que vem. Não sei se quero mudar de curso, fiz mais para ver”, conta. Ela destacou que os longos textos em provas de interpretação foram cansativos. “Texto demais. Estou até com dor de cabeça, para você ter uma ideia. Essa redação também foi difícil, nunca imaginei que seria este tema”, afirma.

Dá tempo?

Iniciada às 12h30 deste domingo, a prova poderia ser realizada até às 18h. Todavia, passadas 2h de exame, candidatos já poderiam entregar os gabaritos e sair das salas. Foi o que aconteceu na Uniderp, na Avenida Ceará, um dos maiores locais de aplicação do ENEM em .

Para parte deles, 2h o tempo até era suficiente para ler todo o exame. Mas, se era suficiente para refletir as questões, aí já eram outros 500. “Acho que dá tempo de ler, mas fica em aberto se consegue realmente entender. É uma prova longa, né? Tem gente que consegue, eu acho”, comenta a estudante Maria Eduarda, de 16 anos, que prestou o exame como treineira. “O que eu não sabia eu chutei”, revela.

Pela primeira vez, o estudante Paulo Roberto Lima prestava o exame que, segundo ele, foi assustador. Ele também foi um dos que saiu da sala tão logo a entrega do gabarito foi autorizada.

“Não esperava esse tema na redação. Foi chocante, mas acho que fui bem”, opina. Roberto também opinou sobre fazer o Enem em apenas 2h de prova. “Tem gente que consegue. Li as primeiras 45 questões. Mas como tinha vindo de carona e não queria voltar sozinho, fiz as outras 45 só na ‘passada de olho' e vim embora”, admite.