‘Ruim, caro e atrasado’: no 1º dia de aumento do passe de ônibus, usuários não economizam nas reclamações
No primeiro dia do reajuste da tarifa de transporte coletivo de Campo Grande, os passageiros deixaram claro que não gostaram do aumento e dizem que vão sentir o valor impactando no orçamento do mês. O ‘passe de ônibus’, passou de R$ 3,70 para R$ 3,95, aumento de R$ 0,25. Para se ter uma ideia do […]
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No primeiro dia do reajuste da tarifa de transporte coletivo de Campo Grande, os passageiros deixaram claro que não gostaram do aumento e dizem que vão sentir o valor impactando no orçamento do mês. O ‘passe de ônibus’, passou de R$ 3,70 para R$ 3,95, aumento de R$ 0,25.
Para se ter uma ideia do que isso representa no orçamento, um passageiro que utiliza dois ônibus por dia, durante 30 dias, antes, gastava R$ 222 em um mês. Com o novo valor, serão gastos 237 no mesmo período. São R$ 15 a mais gastos no transporte público, valor que daria para comprar um pacote de cinco quilos de arroz.
Os moradores de Campo Grande, que andam de ônibus todos os dias, além de queixas sobre o valor, também não economizam nas reclamações sobre a qualidade do serviço que, principalmente, em horário de pico, irrita com atrasos. Para quem quer mais conforto e anda de ‘fresquinho’, o ônibus executivo, a tarifa chegou aos R$ 4,80.
O Jornal Midiamax foi às ruas de Campo Grande para falar com a população sobre o reajuste. Algumas pessoas estão tão acostumadas a utilizar o cartão eletrônico que até se surpreenderam com o aumento.
Estela Prado, 25 anos, é vendedora e utiliza pouco o transporte coletivo. Mesmo assim, não gostou do aumento e disse que não sabia que mudaria o valor já nesta segunda-feira. “O serviço é muito ruim. O aumento não condiz com o que o serviço oferece”.
Elizabeth Guimarães, 55 anos, é auxiliar de serviços gerais e se queixa que os ônibus atrasam muito, estão sempre cheios e que o valor é um “absurdo”. “Cruz credo! Nem sabia que isso já estava valendo. Eu pego ônibus todo santo dia, do Santo Amaro até o Centro e é sempre um transtorno”.
Selma Gomes, 48 anos, trabalha com diarista e conta que viu nos noticiários sobre aumento. Ela pega ônibus quando tem serviço e não gostou do reajuste. “É um absurdo aumentar deste tanto. Ainda mais considerando as condições destes ônibus. O ônibus é muito ruim, desconfortável e os veículos são velhos e sujos”.
Rivaldo Oliveira, 23 anos, é vendedor e diz que o valor é muito caro para quem, como ele, anda de ônibus todos os dias. “Está caro demais. Eu sabia que aumentaria, mas, não esperava que fosse tanto assim. É um serviço muito ruim”.
Felipe Teixeira, 27 anos, é analista de sistemas e diz que até viu melhorias de modo geral no transporte coletivo de Campo Grande, nos últimos tempos. Porém, não é sempre que dá sorte de entrar em um dos ônibus novos. “Tiveram melhorias como os novos ônibus, mas nem sempre são vistos no dia a dia. Os principais problemas são a limpeza e a superlotação”.
Maria do Carmo, 57 anos, trabalha como empregada e foi a única ouvida pelo Jornal Midiamax que disse que não afetaria tanto orçamento. “Eu vi na televisão que mudaria o valor, mas eu acho que não faz diferença não. São só 25 centavos. Acho que não vai nos afetar”.
Rafaela Flor, 20 anos, é estudante e afirma que o serviço é pobre para o preço e que o aumento foi muito elevado. Ela faz parte da população que, sempre que pode, troca o ônibus pelos motoristas de aplicativo, para evitar os coletivos lotados.
“Eu costumo pegar Uber sempre que dá e, no dia a dia, eu uso o passe do estudante mesmo. Infelizmente, essas são as duas únicas saídas. Quando o orçamento está baixo, tem que enfrentar esse transtorno de ônibus lotado e atrasos”.
Mari Garcia, 23 anos é empresária e pega ônibus para ir ao Centro de Campo Grande. “Com certeza vai fazer diferença no meu orçamento, ainda mais, porque eu pago o passe dos funcionários”.
Reajuste acima da inflação
Com o passe de ônibus a R$ 3,95, a tarifa de ônibus ficou 6,7% mais cara. O valor é mais alto do que a inflação acumulada nos últimos 12 meses, medida pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística): IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo): 4,56% e o IPC (Índice de Preços ao Consumidor): 4,00%.
A expectativa dos passageiros era de que o reajuste da tarifa seguisse a inflação, como o prefeito havia mencionado “Nenhuma tarifa, nenhum imposto será acima da inflação. Até agora, não tivemos nenhum aumento que tenha superado o patamar da inflação”.
O diretor-presidente da Agereg, Vinícius Leite, explicou ao Jornal Midiamax que o valor da tarifa também leva em consideração os valores: INPC, variação do preço do combustível, variação do salário do motorista, índice de desgaste dos veículos, definido pela FGV (Fundação Getúlio Vargas). “Vou levar para o prefeito ainda hoje”, informou Leite sobre o relatório feito pela agência.
Cilada
Os ônibus de Campo Grande são alvos contantes de reclamação dos usuários. Há três meses, quando novos veículos chegaram para integrar a nova frota, os passageiros foram surpreendidos pela retirada dos veículos articulados.
Apenas dois dias depois de apresentar 20 novos ônibus com direito a desfile e fogos de artifício, o Consórcio Guaicurus já recebeu da Agereg (Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos) autorização para tirar os ‘sanfonados’ de circulação. Passageiros e funcionários temem que nos horários de pico a mudança piore ainda mais a qualidade do serviço.
Entre tapas e reclamações
No calorão campo-grandense, outra queixa dos passageiros é com relação aos prometidos ônibus com ar condicionado, ou pelo menos climatizadores. A situação, além de render reclamações e denúncias de veículos parados nas garagens das empresas, já provocou até briga de terminal e, desta vez, não foi entre estudantes.
O Jornal Midiamax presenciou um grupo de mulheres se agredirem fisicamente para poder conseguir um espaço dentro do ônibus 081 – Terminal Bandeirantes/Nova Bahia que estava com um veículo com ar.
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