Pais, alunos e professores lamentam desativação de escola Riachuelo após 61 anos de funcionamento
Depois de 61 anos, escola Riachuelo deve ser desativada neste ano pela SED (Secretaria Estadual de Educação). A notícia, que afeta a vida de aproximadamente 400 alunos, chegou por meio de um documento entregue na última sexta-feira (14) e deixou alunos, pais e professor abalados. Eles lamentam a interrupção das atividades na escola, localizada no […]
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Depois de 61 anos, escola Riachuelo deve ser desativada neste ano pela SED (Secretaria Estadual de Educação). A notícia, que afeta a vida de aproximadamente 400 alunos, chegou por meio de um documento entregue na última sexta-feira (14) e deixou alunos, pais e professor abalados.
Eles lamentam a interrupção das atividades na escola, localizada no bairro Cabreúva, e que será ‘transferida’ para um dos andares da Escola Estadual Hércules Maymone, no Itanhangá Park – a cerca de seis quilômetros de atual local.
Nesta quarta-feira (19), a comunidade escolar se reuniu para discutir modos de evitar a transferência. Também participaram da reunião os vereadores Valdir Gomes e Dharleng Campos, ambos do PP. O principal ponto de discórdia é que na escola, funciona o Projeto AJA (Avanço do Jovem na Aprendizagem).
De acordo com a coordenadora Tânia Maria da Silva, o projeto tem como base a socialização e correção da distorção de idade escolar – ou seja, alunos que já reprovaram – além de alguns estarem em situação de vulnerabilidade social.
“É um projeto que deu muito certo e eles são tratados aqui com muito carinho e calor humano. O nosso medo é que lá, eles podem não ser tratados da mesma forma. Lutamos e tivemos o Ensino Médio implantado neste ano e agora, vai parar na metade”, questiona a coordenadora.
Uma das alunas, de 18 anos, afirma que, se tiver que estudar no Hércules Maymone, terá que abandonar os estudos. “Eu vou ter que largar, até porque é longe. Eu trabalho como garçonete até 3h e para ir até o Hércules, teria que acordar 5h e não tem como”, diz a jovem. Outros alunos reforçam o problema, dizendo que seria um problema se deslocar para a escola.
Outra aluna comenta que também há o ensino profissionalizante. “Fomos nós que escolhemos o que seria feito [no caso dela, administração]. “Não sabemos se vai ter o mesmo curso lá e aqui, são dois anos em um. Se mudar de escola [ que não seja para o Hércules] vai perder este tempo e terá que voltar”.
Outro problema apontado é que com a transferência, os alunos serão colocados em um dos andares da escola, o que poderia causar descriminação entre os demais estudantes.
Entre os professores, mesmo concursados e devem ser remanejados para o Hércules Maymone, o clima não é melhor. “Eu estou há 16 anos nesta escola. É como se fosse a nossa casa e conhecemos cada aluno. É como se chegasse alguém na sua casa e falasse: quero a sua casa amanhã”, diz uma das professoras da escola.
A previsão é de a comunidade escolar compareça à última sessão da Câmara Municipal de Campo Grande para manifestação, apoiada pelos vereadores do PP.
A SED informou que toda a estrutura docente e estudantes serão transferidos para a Hércules Maymone.
A secretaria ainda explica que foi feita uma pesquisa sobre o local de residência dos estudantes e constatado que poucos residem na região. Com isso, a transferência para o Hércules Maymone, que possui um ponto de integração na frente, não causará problemas para a locomoção.
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