Mulheres procuram técnica para se defender da violência em Campo Grande

Medo de assaltos e assédio são as principais causas

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Medo de assaltos e assédio são as principais causas

As mulheres estão sujeitas a violências diariamente, seja em assaltos, estupros, homicídios ou agressões, elas são vistas como o alvo mais fácil. Em Campo Grande foram registrados este ano 294 casos de violência doméstica, 64 estupros e um feminicídio só neste ano, de acordo com dados da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública). Para se proteger da violência, mulheres da Capital têm procurado método de autodefesa.

Bacharel em Direito, Cristiane Catonio, tem 32 anos e pratica uma técnica chamada krav maga há cerca de um ano. Ela conta que procurou o método israelense após já ter testado dois tipos de luta. “Eu sempre busquei uma arte que a gente pudesse se defender e se sentir mais tranquila. Eu fiz boxe e muay thai, mas no krav maga eu encontrei aquilo que eu estava procurando. As defesas são simples e, por serem simples, qualquer mulher tem condição de praticar”, afirma.  

Cristiane procurou a técnica após sofrer trauma com assalto.

Cristiane sofreu um assalto há 11 anos que deixou marcas em sua vida e, desde então, procurou técnicas para se defender. Segundo ela, o assalto aconteceu quando estava no carro e por não entender o que se passava, acabou levando um soco. “O vidro estava entreaberto e ele não conseguiu abrir a porta do meu carro, eu desmaiei e ele foi embora. Você sente uma importância por não conseguir de defender”, conta. Esta não foi a única vez que ela sofreu uma tentativa de assalto. Após começar a prática do krav maga, Cristiane conseguiu se defender de um assalto na saída do banco ao usar os movimentos que aprendeu, mas alerta que o objetivo é prever uma agressão para evitar o confronto.

A estudante de Artes Visuais, Thais Vieira, escolheu praticar a técnica israelense há quase dois anos e também sentia medo conhecer mulheres que foram violentadas. “Tenho pessoas próximas que foram abusadas e sempre tive medo. Já fui assediada verbalmente nas ruas e já fui perseguida também”.

A dentista Cinthia Rodrigues procurou a prática para conseguir sair sozinha com tranquilidade e evitar assédios. “Moro sozinha e sou separada, queria me defender de uma abordagem, quando um homem te segura em uma festa ou outras situações. O principal motivo foi para me sentir segura e sair, sem precisar do homem”. A dentista afirma que sua irmã sofreu um sequestro relâmpago anos a trás e isso a incentivou a procurar maneiras de se defender. Ela conta que sentia medo de encontrar um estranho em sua residência e, ao se sentir mais segura, considera deixar o apartamento onde mora e se mudar para uma casa. 

Aulas gratuitas para mulheres

Neste mês de março, o Centro de Krav Maga de Mato Grosso do Sul oferece aulas gratuitas para mulheres. Segundo o professor Giulio César Del Duca, elas poderão fazer aulas gratuitas durante todo o mês, mas nas sextas-feiras haverá aulas exclusivas para as participantes do sexo feminino. “Vamos ensinar a como se defender das violências mais comuns, como puxadas de cabelo e estrangulamento, além da defesa contra facas e sobre como usar objetos comuns que estão à sua volta”.

As aulas começam às 18h e duram uma hora e meia, mulheres de qualquer idade podem participar. Mais informações e inscrições: (67) 3253 4905 ou pelo whatsapp (67) 8471 3267.

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