Um comunicado tem se espalhado pelas redes sociais com o informe de que motoristas de aplicativo podem deixar de usar a partir deste domingo (1). De acordo com o comunicado, os motoristas supostamente deveriam parar devido às taxas cobradas pela empresa, mas associações dementem e usuários de não precisam se preocupar.

Motoristas desmentem paralisação nacional do Uber em Campo Grande
Comunicado é compartilhado por grupos, mas associações desmentem. (Foto: Reprodução)

De acordo com o presidente da AMU (Associação de Motoristas de Aplicativo e Mobilidade Urbana), Wellington Dias, o comunicado é um boato por enquanto e, mesmo que aconteça em outras capitais, a paralisação não chega a Campo Grande. “Seria muito interessante se a gente conseguisse fazer esta campanha, mas ela não irá acontecer. Seria algo muito precoce, os motoristas estão insatisfeitos com a Uber, mas é preciso muita conversa para que aconteça um movimento organizado. Tem que ter mais tempo, que conversemos mais, para que a categoria decida isso, que não seja o desejo de um pequeno grupo”, explica.

Segundo Paulo Pinheiro, presidente da Applic-MS (Associação dos Parceiros de Aplicativos e de Motoristas de Transporte de Passageiros e Motoristas Autônomos de Mato Grosso do Sul), o comunicado tem sido compartilhado em grupos de motoristas em redes sociais e que a associação apoia. “A Applic acredita que tem que ser feito isso para que a empresa [Uber] sinta o que está fazendo com os motoristas. Não é só um lado que tem que ter lucro, todos têm que ficar bem: plataforma, motoristas e usuários, mas não é isto que acontece, estamos nos sentindo lesados pela empresa”, diz. Entretanto, para o presidente da associação, é difícil que o movimento aconteça em Campo Grande pois há poucas alternativas de aplicativo. Enquanto outras cidades chegam a ter 10 aplicativos, a Capital tem apenas o Uber, Urban e 99POP.

O comunicado, apesar de estar presente nas redes sociais, pode ser um fake news. O presidente da AMU esclarece que há um movimento chamado Uber OFF em outras capitais, que planeja um boicote ao aplicativo só a partir de agosto e que a informação de que a taxa cobrada pela Uber pode chegar a 50% também não é real. “A taxa deveria ser de 25%, mas não é assim que acontece. Tem cálculos que nos baseamos, o desconto não chega a 50%, mas fica de 28% a 35% exclusivamente para motoristas, isso além da taxa que a empresa cobra dos próprios passageiros também”, afirma Wellington.

Ele explica que a indignação da categoria é com a variação no valor das taxas, mas que a discussão sobre o boicote à Uber deve ser cuidadosa e organizada entre todos os motoristas. “Ainda estamos discutindo com associados, que se a gente for fazer, vai ser algo organizado e que surja efeito”.