Há uma semana houve envenenamento de animais

Uma movimentação na Rua 7 de Setembro, entre as ruas Arthur Jorge e a 13 de Junho, região Central, foi feita com o objetivo de conscientizar as pessoas contra o envenenamento de animais de rua, em especial, de gatos. Organizado por protetores de animais e moradores da região, faixas foram expostas no trecho porque gatos foram envenenados no local há uma semana, mas o problema já é antigo.

Participando da ação juntamente com protetores independentes, a aposentada Márcia Tavares, 59 anos, que é moradora da região conta que na Rua 7 de Setembro já houve muitos envenenamentos de gatos de rua, mencionado o caso de oito que morrerem em uma única noite. “Só aqui na rua, mataram oito gatos numa noite só. Estavam todos mortos”, contou.

No trecho específico em que as faixas com frases contra envenenamento e maus-tratos foram expostas, uma servidora pública que alimentava os animais na área encontrou dois recipientes com veneno de rato no terreno baldio onde os gatos ficavam, há cerca de uma semana. “Estava tudo polvilhado de veneno. Deixe uma vasilha só com água aqui [no terreno baldio] e eles tiraram e colocaram veneno”, disse Cyntia Recco, de 36 anos.

Segundo a servidora foram encontrados no terreno baldio dois recipientes com veneno em seu interior além de granulados jogados em uma árvore próxima da área. Outra situação viva pela protetora foi a de resgatar, há um mês, uma gata na Rua 15 de Novembro que foi internada em uma clínica veterinária por envenenamento e hoje aguarda por um dono.

De acordo com uma das organizadoras e vice-presidente da ONG (Organização Não-Governamental) Ami Cats, Adriana Freitas, a intenção do protesto é de conscientizar as pessoas a deixarem a envenenar os animais de rua. “Essa é a situação que nós constatamos no local, mas sabemos que isso está acontecendo na cidade toda e vem de uma cultura muito antiga e que as pessoas têm que abolir de que para se livrar do gato, você tem que envenenar”, explicou.Grupo protesta contra envenenamento de gatos e busca conscientização da população

Freitas defende o controle populacional como a única solução viável para reduzir o número de bichos abandonados nas ruas da Capital, mas também aponta para atitude das pessoas em relação a situação. “Isso tem que ser feito por meio de castração. Você não quer o animal na porta da sua casa, publica em , existe mil formas de solucionar o problema e matando não é uma delas”, concluiu. A protetora ainda lembrou que é crime o ato de envenenar animais de rua. “É crime. A punição pode ser branda, mas é crime”, afirmou.

Outro ponto destacado por Freitas é a ausência do Município, que não oferece suporte adequado para a realização da castração dos animais, sendo disponibilizadas poucas vagas para o procedimento. “Com essa manifestação, a gente quer falar sobre a castração. […] O pouco número de vagas disponibilizadas pelo Poder Público para castrar os animais e hoje em dia, o CZZ [Centro de Controle de Zoonoses] está com as castrações suspensas, então o controle populacional tem sido feito pela sociedade civil e organizada”, observou.

Atualmente, conforme a protetora, são cerca de 500 vagas oferecidas mensalmente para castração no CCZ. “Quer dizer, em dois meses com o CZZ parado, a gente deixou de castrar mil animais”, explicou.