Texto autoriza que qualquer conteúdo possa ser dado em EaD
O governo Michel Temer quer permitir que até 40% da carga horária do Ensino Médio e até 100% da jornada da EJA (educação de Jovens e Adultos) seja realizada a distância. A reforma do Ensino Médio, aprovada em 2017, abriu brecha ao ensino a distância e a mudança está prevista em resolução que atualiza as Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio, que a Folha de S. Paulo teve acesso e publicou em reportagem desta terça-feira (20). O texto, obtido pela Folha, já teve uma primeira discussão no CNE (Conselho Nacional de Educação).
De acordo com a reportagem, no caso do Ensino Médio, se as novas regras forem implementadas, os alunos poderão ter dois dias de aulas por semana fora da escola. Após a definição das diretrizes, caberá às redes públicas e privadas regulamentarem os formatos da modalidade de ensino. As regras do texto autorizam que qualquer conteúdo escolar previsto no currículo possa ser dado a distância.
Segundo a Folha, o Brasil tem 6,9 milhões de matrículas no ensino médio público. Em torno de 1,5 milhão dos jovens de 15 a 17 anos (14,6% do total) já abandonaram os estudos.
Em maio do ano passado, o mec (Ministério da Educação) voltou atrás e decidiu alterar decreto, que estabelece as diretrizes para a educação a distância.
O decreto assinado pelo presidente Michel Temer e pelo ministro da Educação, Mendonça Filho, permitia que as escolas ofertassem educação a distância para estudantes dos anos finais do ensino fundamental regular, do 6º ao 9º ano, que estejam “privadas da oferta de disciplinas obrigatórias do currículo escolar”.