O nítido aumento do preço da gasolina após os protestos de caminhoneiros em todo o país deixou campo-grandenses confusos nesta segunda-feira (28). De acordo com as pessoas entrevistadas, a expectativa era que os protestos pressionassem o governo a reduzir o preço dos combustíveis. Todavia, a alta percebida nas bombas já gera insatisfação.
Na tarde desta segunda, o Procon (Superintendência para Orientação e Defesa do Consumidor) estipulou junto ao Sinpetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo e Lubrificantes MS) que o valor máximo de R$ 4,39 para gasolina e R$ 3,29 para etanol na Capital. Ou seja: apesar da limitação de preços ordenadas pela superintendência, o aumento observado já deixa populares frustrados.

Como o autônomo Emerson Alexandre de Souza, de 42 anos, que mostrou-se confuso com a falta de clareza sobre os rumos do preço da gasolina. “Estão tirando do diesel e recobrando na gasolina”, opina Alexandre, que também crê que os próprios donos de postos se aproveitam da situação para encarecer o produto.
Tanto para o garçom Edilson Andrade, de 38 anos, como para a atendente de telemarketing Fabrícia Vilela da Silva, de 40, os protestos pedem a baixa do diesel, mas não trazem ninguém lutando pela queda da gasolina. “O povo precisa lutar ainda mais, além do diesel. O valor da gasolina está muito mais alto”, afirma Fabrícia.
Taxistas reclamam

Num ponto de táxi no centro de Campo Grande, taxistas também revelam insatisfação com a alta da gasolina percebida após os protestos. Mario Porfírio Lopes, de 54 anos, Milton Alves, de 53, e Wellington Okumoto, de 36, revelaram frustração frustração com os valores da gasolina praticado nas bombas, principalmente após a onda de escassez notada de sexta-feira (25) para cá.
“O que deveria melhorar com as manifestações acabou piorando. A batalha de uma classe acabou não beneficiando outras”, comentam.
Gasolina nas bombas
Na reunião desta entre o Sinpetro e Procon, além do estabelecimento de um preço médio da gasolina na Capital, também foi estipulado que, enquanto houver crise no abastecimento dos postos, não é abusivo a limitação de produtos ao consumidor, ou seja, o posto pode, ao menos temporariamente, limitar a venda de gasolina.
O diretor do Procon frisou que o órgão não pode tabelar os preços dos combustíveis, já que isso seria atribuição exclusiva do Governo Federal. Já o diretor do Sinpetro, Edson Lazarotto, destacou que as deliberações em conjunto com o Procon, vão facilitar não apenas a sociedade na compra do combustível, mas também os proprietários dos postos, que enfrentam dificuldade na crise de abastecimento.
(Com supervisão de Guilherme Cavalcante)