Já parou para pensar na sexualidade nossa de cada dia para muito além da orientação? Hetero, homo, bi, trans, pansexualidade. São pelo menos 20 denominações atualmente e muita polêmica. Mas, antes mesmo de alguém saber se quer se relacionar com “menino ou menina”, é preciso se reconhecer.
“Afinal, quem eu sou? Quais os meus gostos, preferências, o que me move afetivamente, o que quero para mim? São alguns questionamentos que surgem em diferentes fases da vida. Isso não é bobagem e nem frescura. Devemos dar atenção ao que sentimos porque isso diz muito sobre nós, nossas angústias e pode apontar novos caminhos para uma vida mais feliz”, explica a psicóloga Adriane Lobo.
Há um ano, dos 30 em que se dedica a tratar pessoas que sofrem com as “dores da alma e da emoção”, Adriane percebeu um novo cenário se delineando: Jovens sofrendo muito, se mutilando ou até colocando fim à própria vida devido a conflitos íntimos extremamente dolorosos, que repercutiam na vida familiar e social.
“A transição para a fase adulta, por si só, já é um momento delicado, de transformações profundas. Agora, imagine quando não se reconhece em si mesmo aquilo que os outros vêem e esperam. Hoje, muito já se fala em sexualidade e em orientação sexual, mas ainda há tabus e temos que combatê-los”, defende.
Segundo Adriane, os termos “homens e mulheres trans”, por exemplo, são relativamente novos e ainda “assustam” os mais desavisados, mas devem ser igualmente incluídos no cotidiano de forma natural.
“Tudo começa no autoconhecimento, um caminho nem sempre fácil de trilhar, e no respeito às diferenças, que existem nos mais diversos níveis. Por que não no que se refere à sexualidade? Antes de mais nada, somos todos seres humanos”, diz a psicóloga, que tem formação para o acompanhamento do processo transexualizador pelo Instituto Inbio/SP.
Adriane lembra, ainda, que a celebração do Dia Internacional do Orgulho LGBT, dia 28 de junho, diz respeito a todos nós. “O objetivo desta comemoração é que todos se orgulhem da sua sexualidade, independentemente da orientação sexual. Além disso, é essencial conscientizar a população para o combate à homofobia e a tantas formas de violência”.
A data foi escolhida porque no mesmo dia, em 1969, policiais invadiram e prenderam homosexuais em Nova Iorque, o que ficou conhecido como a Rebelião de Stonewall Inn. “Isso aconteceu há quase 50 anos. Mas não precisamos ir longe, infelizmente, porque a violência ligada à discriminação é evidente. Precisamos criar mecanismos mais efetivos para uma sociedade livre de preconceitos e medos”, ressalta a psicóloga.
Para estimular o debate e a conscientização, Adriane e a psicóloga Andréa Brum Cunha realizarão o evento Sexualidade: Quem é você?, na próxima sexta-feira (29/6), às 18h30, na Avenida dos Estados, 399, Jardim dos Estados. Haverá exposição teórica e vivência psicodramática relacionada ao tema. Mais informações podem ser obtidas pelos telefones: 67 99266-9449 e 99276-4544.
Assessoria