Professores foram voluntários em cursinho gratuito aos sábados

O ano de 2018 começou com resultados supreendentes para os estudantes e professores da Escola de Ensino Médio Joaquim Murtinho, da rede pública estadual. Localizada em , na Avenida Afonso Pena, a instituição conseguiu aprovar, até o momento, 55 alunos em vestibulares do país inteiro, incluíndo aí a USP (Universidade de São Paulo) e a UFF (Universidade Federal Fluminense), além de várias outras universidades de renome. E o número ainda pode aumentar, já que somente os aprovados nas chamadas regulares do Sisu foram convocados para as matrículas.

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Nesta quinta-feira (15), inclusive, a escola organizou uma acolhida aos novos alunos e os recém-aprovados no comandaram a manhã, com palavras de motivação para quem foi desafiado a conquistar uma vaga em universidade. “Todo ano nós depositamos uma cápsula do tempo, que a cada cinco anos é desenterrada. Nós convocamos os ex-alunos para quem eles vejam qual era a expectativa que eles tinham da vida com o que eles têm naquele momento, e é um evento aberto que serve para inspirar todos na escola. Nós trabalhamos muito com isso, além, claro, das políticas educacionais e metodologias de ensino”, explica o diretor.

Dentre as estratégias, estão até aulas gratuitas, que foram oferecidas voluntariamente pelos professores aos sábados. Para o diretor, o resultado dos alunos e o incentivo profissional aos docentes – que chegam a ter até doutorado – alimenta um ciclo virtuoso no qual os estudantes saem incentivados ao estudo.

Palavra dos aprovados

Eloah foi aprovada na USP e na UFF (Divulgação)​Eloah Toledo Amarilia, de 16 anos, é a mais nova estudante de Cinema e Audiovisual  da UFF (Universidade Federal Fluminense). Mas ela pode optar entra a universidade do Rio de Janeiro e outra que também é superbem conceituada, a USP. “Em março já me mudo para o Rio, estou procurando república para morar. Todos os anos de estudo colaboraram para a aprovação, mas o Joaquim Murtinho tem professores excelentes e eu me senti muito incentivada por eles. Acho que isso foi o principal, ter gente que ajuda a te mostrar que esse sonho é possível”, afirma.

Gabriel Ferreira, de 17 anos, está prestes a fazer sua matrícula no curso de Educação Física da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), o curso que almejava desde que decidiu prestar vestibular. “Estou muito feliz e me senti apto a tentar porque desde o começo tive bastante auxilio dos professores. Fiz até o cursinho gratuito, que normalmente eu não teria dinheiro para pagar e consegui de forma gratuita”, aponta.

Da mesma forma, Camila Nagamatsu, de 18 anos, também comemora a aprovação no curso de Adminsitração da UFMS. “Era o curso que eu queria e consegui graças a esse apoio. O jeito de ensinar dos professores é muito bom e também tivemos o cursinho, que me ajudou a aprender melhor matéria que eu tinha dificuldade”, conclui.