Conta não bate: pacientes esperam meses por consultas, mas médicos dizem que ‘sobra tempo’
A polêmica sobre os pontos eletrônicos nas unidades de saúde em Campo Grande continua. Segundo apuração do Jornal Midiamax, o descontentamento vem, principalmente, dos médicos especialistas. A justificativa é de que mesmo após atender os pacientes, eles teriam que esperar ociosos pelo fim do expediente. A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) discorda. Procurada, a […]
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A polêmica sobre os pontos eletrônicos nas unidades de saúde em Campo Grande continua. Segundo apuração do Jornal Midiamax, o descontentamento vem, principalmente, dos médicos especialistas. A justificativa é de que mesmo após atender os pacientes, eles teriam que esperar ociosos pelo fim do expediente. A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) discorda.
Procurada, a Secretaria se posicionou sobre o assunto e disse que os profissionais não ficam ociosos e que já houve uma reformulação do fluxo de trabalho em algumas unidades de saúde. “Desde o ano passado, a Sesau tem buscado reorganizar o fluxo de trabalho na Atenção Básica justamente para que o serviço seja otimizado, por meio da implantação do atendimento à demanda espontânea ampliando assim a oferta de assistência e não mais restringindo a um número limitado de pacientes”, disse em nota.
Enquanto isso, na fila de atendimento, a opinião dos pacientes é diferente. Todos os entrevistados no CEM (Centro de Especialidades Médicas) concordam que a assistência feita pelos médicos é de qualidade, mas a demora no agendamento e o atendimento de poucas pessoas são um problema. “Desde o agendamento até a consulta, se passam meses. Você tem que ficar esperando pela ligação deles, é muita gente na fila. Quem sabe se agendassem mais gente por dia? O meu médico mesmo só tinha cinco pacientes esperando, o oftalmologista atendeu uns três. Eles [médicos] atendem e vão embora”, afirma a manicure Jéssica Menezes, de 25 anos.
O CEM recebe pacientes da Capital e do interior. A aposentada Joice Amaral, de 46 anos, mora no interior do estado e diz que esperou três meses para ser atendida pelo ortopedista. Para ela, marcar mais pacientes é uma solução. “Eles têm que atender, eu duvido que eles ficam à toa aqui. Tem que marcar mais gente, tem paciente do estado inteiro esperando para ser chamado”, diz.
Orimar Ibrahim, de 25 anos, é auditor e afirma que espera por uma consulta com ortopedista desde novembro. “Eu sempre ligo perguntando, mas dizem que tem que esperar mesmo. Eu não procurei um médico particular, então estou esperando até agora”.
Além disso, os médicos esperam entrar em acordo com a Prefeitura para que os expedientes sejam registrados em forma de produtividade, como número de pacientes, e não pelos pontos eletrônicos. Quanto à reivindicação, a Sesau informou que as possíveis soluções para o problema devem ser discutidas com a categoria e deliberadas em comum acordo.
O aposentado Mario de Andrade, de 71 anos, afirma que o atendimento é bom e que os médicos são atenciosos, mas que não devem ter regalias. “Eu acho errado eles quererem negociar a questão dos pontos. Eles têm que cumprir o horário deles, independente de qualquer coisa”, diz. A artesã Berenice Pereira concorda que os médicos devem a tender até o fim do expediente. “Eu duvido que eles ficam aqui fazendo nada. Além disso, por que não fazer um encaixe? Se está faltando paciente, é só chamar alguém que está precisando”, diz.
Os pontos eletrônicos
Os pontos eletrônicos foram implantados no começo do mês em 25 locais, que incluem o CEM, as CRSs (Centro Regional de Saúde) e as UPAs (Unidades de Pronto Atendimento). A medida atende a uma determinação do Juiz da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, David de Oliveira Gomes Filho, que determinou a implantação de pontos em todas as unidades.
Desde então, os pontos eletrônicos foram sabotados em três unidades e médicos até ameaçaram uma demissão em massa como protesto. O primeiro ato de vandalismo aconteceu no CEM, no dia 7 de agosto. Depois, dois outros casos ocorreram na UPA do Coronel Antonino, no dia 8, quando o leitor biométrico foi danificado. Já no dia 9, o equipamento localizado na UPA Leblon foi vandalizado e a Sesau registrou um boletim de ocorrência.
Nesta quinta-feira (18), o Sinmed-MS (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul) se reuniu com os profissionais para discutir o assunto. De acordo com o sindicato, a reunião foi tranquila, serviu de forma instrutiva para a utilização do ponto e não houve posicionamento contrário de presentes na reunião. O sindicato informou que respeita a decisão de médicos que não aceitem a forma de controle do horário e que queiram deixar de vir a atender pelo SUS (Sistema Único de Saúde) em Campo Grande.
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