‘Confissão de que não cumpriam a jornada’, diz prefeito sobre boato de demissão de médicos

A ameaça de que médicos da rede pública municipal iniciariam um pedido de demissão em massa caso a permanência dos pontos eletrônicos em postos de saúde seja mantida despertou a preocupação do Executivo Municipal. De acordo com o prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), os rumores motivaram até a antecipação de uma audiência de conciliação, […]

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

ameaça de que médicos da rede pública municipal iniciariam um pedido de demissão em massa caso a permanência dos pontos eletrônicos em postos de saúde seja mantida despertou a preocupação do Executivo Municipal.

De acordo com o prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), os rumores motivaram até a antecipação de uma audiência de conciliação, a ser comandada pelo juiz titular da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos de Campo Grande, David de Oliveira Gomes Filho.

“A PGM (Procuradoria Geral do Município) peticionou o pedido de antecipação dessa audiência para a próxima semana e o juiz concordou. E hoje haverá a assembleia dos médicos, no sindicato. Esperamos que essa ameaça não se confirme, que a situação seja pacificada, pois não conseguiria repor o quadro de profissionais em menos de 30 dias. A cidade sairia muito prejudicada”, destacou o prefeito.

Para Marquinhos, em caso de confirmação dos rumores, seria como uma confissão de que médicos burlavam o expediente. “Respeitar o ponto eletrônico não é nada mais que a obrigação do trabalhador. E vale destacar que estamos cumprindo uma determinação do Poder Judiciário, a partir de um pedido do Ministério Público Estadual. Se isso traz algum incômodo, na minha opinião, é uma confissão expressa de que [os médicos] não estavam, de fato, cumprindo a jornada”, acrescentou.

Marquinhos também destacou que a insegurança decorrente das supostas ameaças de pedidos de demissão colocam a administração em situação delicada, já que a instalação dos pontos atende determinação judicial.

“Se eu não colocasse os pontos, seria alvo de ação por improbidade. E se forem mantidos, há esse rumor de demissão, que prejudica toda Campo Grande. É algo que me entristece, porque [os rumores de demissão] não são motivados por falta de estrutura, de insumos, de medicamento, de salário em dia ou de reajuste. É por conta do rigor do médico ter que bater o ponto”, considera.

Entenda o caso

No início do mês de agosto, os 25 postos de saúde da capital passaram a contar com pontos eletrônicos, instalados por determinação judicial, a fim de que a jornada de trabalho dos profissionais de saúde – inclusive médicos – seja controlada.

A situação chegou a virar caso de polícia depois que a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) registrou boletim de ocorrência referente a três aparelhos que foram alvo de vandalismo.

A partir disso, a Justiça de Mato Grosso do Sul determinou que a Prefeitura instalasse câmeras de segurança próximo aos pontos eletrônicos, a fim de evitar as sabotagens. Algumas câmeras também foram vandalizadas.

Com a decisão, emergiram boatos de que médicos que atuam nos serviços de saúde municipais estariam ameaçando efetuar pedido de demissão coletiva em protesto, caso os pontos sejam mantidos.

Neste contexto, o sindicato da categoria informou que uma assembleia, a ser realizada na noite desta quinta-feira (16), deverá orientar os profissionais a cumprirem a jornada.

A população condena o possível protesto dos médicos e vê com bons olhos a instalação dos pontos.

“Haverá a assembleia para orientá-los a cumprir a determinação dos horários. A questão se vão cumprir ou não, vai ser individual”, disse o presidente do Sinmed MS (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul), Flavio Freitas Barbosa, à reportagem.

A assembleia será realizada na sede do Sinmed na Rua Eduardo Santos Pereira, Centro da Capital, às 19h.

Últimas Notícias

Conteúdos relacionados