Ataques de cães são um medo comum entre quem tem que trabalhar de porta em porta. E foi pensando em evitar danos que o Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) fez, nesta sexta-feira (5) uma oficina para ensinar os trabalhadores a lidarem com os animais.

No treinamento, os policiais deram uma palestra com diversas dicas sobre comportamento animal para os leituristas da . Segundo o cabo Alexandre Duarte de Barros, esta foi a primeira vez que o Batalhão fez um treinamento para leituristas.

O GCE (Grupo de Cães Especiais) possui seis cães que ajudaram no treinamento prático. Os animais das raças Pastor Alemão, Labrador, Rastreador Brasileiro e Pastor Belga foram utilizados como exemplos para que os trabalhadores identifiquem os sinais e comportamentos distintos entre as raças. O cabo também deu outras dicas sobre como evitar ataques de cães, confira:

Não surpreenda o animal

Para evitar um ataque de cachorro, mesmo que seja da família, é importante não surpreender o animal. Segundo o cabo Alexandre Duarte de Barros, que ministrou a oficina, a principal causa de ataques de cães acontece por ‘situações reflexas’. O cabo explica que, quando o cão é surpreendido, tem o instinto de atacar para se defender, mesmo que seja contra o próprio dono.

“Situações reflexas são quando eu surpreendo o animal e ele dá uma resposta inadequada. Por exemplo, temos um policial que foi atacado recentemente. Aconteceu durante a noite, o cachorro ia escapar, ele abraçou o cão pelas costas para pegá-lo. Surpreso, ele nem viu quem era, apenas abocanhou o rosto do dono”, exemplifica.

CONFIRA AS DICAS: Bope dá curso sobre como evitar ataques de cães
Mais de 40 funcionários participaram do treinamento nesta sexta-feira. (Foto: Marcos Ermínio)

Entenda os sinais do cão

Outra estratégia para evitar um ataque é analisar como o cachorro se comporta com a aproximação. Segundo o cabo do Bope, alguns cachorros se sentem ameaçados quanto têm o território invadido e as pessoas devem se atentar para os sinais que o cão dá de que está prestes a avançar.

“O cão avisa quando vai morder, a forma de notar é pela expressão facial dele e pelo corpo. As pessoas precisam respeitar isso, se o cão rosnou, não é para insistir na aproximação”, explica o cabo Alexandre.

Notar sinais como os pelos do dorso ouriçados, boca cerrada, dentes à mostra e focinho franzido podem evitar um ataque. Além disso, também é recomendável manter distância quando o cão está em posição predatória ou se demonstra medo.

Mantenha a calma

Os primeiros segundos da interação com o cão são cruciais e, segundo o cabo do Bope, outro passo importante é não demonstrar medo. “Se o cão é confiante, geralmente de grande porte, se eu correr, ele me morde. Agora, se eu sair com cuidado, sem demonstrar medo, é possível reduzir o problema”.

Apesar da importância de notar os sinais que o cão emite, como as expressões faciais e corporais, o oficial alerta para que as pessoas evitem o contato de ‘olho no olho’ com os cachorros, principalmente os maiores. “Se fitar os olhos dele e depois desviar, ele vai me morder. Por isso, é bom nem olhar nos olhos dele”, explicou o cabo.

Caso encontre um cão solto pelo caminho e não tenha como desviar, a dica é a mesma: mantenha a calma. Segundo o cabo, é importante se manter confiante e não demonstrar medo para o cão. “Nestes casos, é muito mais provável que ele apenas ignore a presença humana”.

Em caso de ataque, proteja o rosto

CONFIRA AS DICAS: Bope dá curso sobre como evitar ataques de cães
Vilmar foi atacado por um cão a menos de três meses. (Foto: Marcos Ermínio)

Depois de dar dicas sobre como evitar um ataque de cães, o cabo Alexandre Barros explica que é importante proteger o rosto caso o animal avance. Vale tudo, desde a bolsa, mochila a qualquer objeto que se tenha a mão. “Em último caso, utilize o braço para cobrir o rosto”, diz.

Foi como o leiturista Vilmar Pereira Costa, de 33 anos, se protegeu durante um ataque recente. Ele explica que trabalhava no bairro Jardim Noroeste quando foi atacado por um cão que havia escapado de casa. “Ele veio direto em direção ao meu rosto e pescoço. Eu estava sem nada na mão, coloquei o braço na frente do rosto”, explica.

Esta não foi a primeira vez que o leiturista foi atacado durante o trabalho. “Já tivemos treinamentos para casos de ataque de cachorro, mas não como este de hoje. Eu acho muito importante, assim podemos agir e evitar”.