Concentração de pediatras e demora no atendimento geram revolta em pacientes nas UPA

Pacientes que procuraram atendimento emergencial nas UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Campo Grande na manhã desta sexta-feira (19) revelaram revolta com a falta de médicos e com a concentração de pediatras em apenas duas unidades. De acordo com pessoas que buscaram atendimento na UPA Vila Almeida, na região norte da cidade, apenas um dos […]

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Pacientes que procuraram atendimento emergencial nas UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Campo Grande na manhã desta sexta-feira (19) revelaram revolta com a falta de médicos e com a concentração de pediatras em apenas duas unidades.

De acordo com pessoas que buscaram atendimento na UPA Vila Almeida, na região norte da cidade, apenas um dos médicos escalados nesta manhã efetuavam atendimento. Segundo os relatos, houve discussão entre um médico e pacientes por conta da demora.

“Tem gente aqui desde as 7h30 e não teve atendimento porque tem um médico só atendendo. Mas na lista tem 4. Qual é a explicação que a gente recebe? Nenhuma”, declarou Abílio Souza, aposentado, 63.

Na CRS (Centro Regional de Saúde) Tiradentes, a reclamação era a mesma. Além disso, pais que precisaram de consultas para os filhos reclamaram porque apenas duas UPA estavam fazendo atendimento pediátrico. “Não dá pra ser assim, tem que descentralizar. Vou sair daqui, pagar outra passagem, para meu filho ter atendimento. Por que só duas estão atendendo?”, reclama a dona de casa Aline Correia, de 29 anos.

Procurada pela reportagem, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) destacou que as reclamações recorrentes “ocorrem por conta da crescente no número de pacientes que estão procurando atendimento o que, consequentemente, acaba sobrecarregando as unidades e resultando em um tempo prolongado para atendimento”, conforme traz a nota.

Segundo a pasta, as 10 unidades de urgência – seis UPA e 4 CRS – atendem mais de 4,5 mil pacientes por dia e 60% dos casos são pacientes azul e verde, ou seja, não apresentam gravidade e por isso têm tempo de espera também maior.

A nota destacou que, em relação a UPA Vila Almeida, os 4 médicos faziam atendimentos. “No entanto, estes profissionais revezam no atendimento dos casos de urgência, reavaliação e atendimento geral”, explica a nota.

Faltam médicos

A Sesau também destacou que está organizando o processo de trabalho dos profissionais “para evitar que haja problemas como os relatadas, no entanto esbarra na dificuldade para composição de escalas em todas as unidades, frente a quantidade limitada de profissionais”.

De acordo com a pasta, uma das medidas tomado é convocar quase que semanalmente novos profissionais para reforçar o atendimento. um concurso para médicos também deve ser lançado até o fim do ano

Em relação às reclamações da pediatria, a composição de escala também esbarra na quantidade limitada de profissionais. “Não é um problema só de Campo Grande, mas da maioria das cidades do país. Desta forma, os profissionais precisam ser alocados nas unidades onde há historicamente uma demanda maior. Isso ocorre durante o período diurno, já durante a noite ao menos sete das 10 unidades contam diariamente com pediatras”, conclui a nota.

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