Por Matheus Aranda e Evelin Cáceres
Comerciantes da Rua Brilhante, via de Campo Grande que passa por um recapeamento há 14 meses, usam uma faixa para reclamar do atraso na entrega da obra e do transtorno com o canteiro e máquinas na pista, que acabam dificultando o acesso de clientes aos locais de venda.
“Pedimos agilidade nas obras por respeito ao cidadão. Não deixaremos que essa obra de pavimentação atrapalhe nossos negócios. Estamos atendendo normalmente”, diz a faixa colocada na empresa de Harley Cássio Martins, de 51 anos.
O empresário diz entender que o reparo é necessário, mas que a demora já lhe rendeu um prejuízo de R$ 80 mil por mês. “Alguns até fecharam por conta desse prejuízo. As pessoas já sabem que a rua está em obras e acabam desviando”.
A faixa, segundo ele, serve para alertar à mídia sobre os atrasos. “Se for para contar com o Exército, é melhor deixar a rua do jeito que está”.
Kelly Camargo, de 35 anos, que tem uma clínica veterinária acredita que a obra deveria seguir o cronograma para não prejudicar a população. “Também deveria funcionar em horário alternativo, não no horário do comércio. Nós ficamos reféns da falsa promessa de eficácia por parte do Exército. A gente espera agilidade e respeito por parte da Prefeitura”.
Quando a obra esteve em frente à sua loja, o prejuízo calculado pela comerciante é de 30% a menos de movimento.
Atraso
O recapeamento na região começou em fevereiro de 2017 e até o momento não foi entregue. De acordo com os militares que comandam os trabalhos e a própria Prefeitura de Campo Grande, inconsistências no mapeamento da rede de abastecimento de água e coleta de esgoto dificultaram o andamento dos trabalhos.
A concessionária de água, por sua vez, nega o erro e afirma que o mapa foi dado ao Exército e está completo.
Em janeiro deste ano, a Prefeitura anunciou que os militares vão gastar o prazo de 24 meses para executar um terço do projeto: apenas o recapeamento das ruas Brilhante e Guia Lopes.
Os outros dois trechos foram licitados para outras empresas. O custo da obra passou de R$ 24 milhões para R$ 6,5 milhões a serem pagos pelo um terço feito pela força armada.