Com onda de ataques a igrejas, capela é alvo de 7 furtos em menos de dois meses
Os furtos e invasões a igrejas em Campo Grande tem se tornado cada vez mais frequentes. Nos últimos quinze dias, quatro capelas foram alvo de ação de ladrões, mas uma delas chama a atenção: sofreu 7 roubos em 50 dias.
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Os furtos e invasões a igrejas em Campo Grande tem se tornado cada vez mais frequentes. Nos últimos quinze dias, quatro capelas foram alvo de ação de ladrões, mas uma delas chama a atenção: sofreu 7 roubos em 50 dias.
O coordenador de pastoral da Arquidiocese de Campo Grande, padre Agenor Martins da Silva, conta que em uma das capelas, onde acontece o projeto social Escolinha Filhos da Misericórdia, na periferia da cidade, já sofreu com diversos roubos. Foram levados objetos como ferramentas, televisão, computadores e até 300 pães, que seriam oferecidos às crianças.
No caso da igreja São João Neumann, localizada no bairro Pedro Teruel, o suspeito por furtar a escolinha até foi detido e fichado, mas não ficou preso pois não configurava um crime em flagrante. “Em geral, o roubo acontece pela falta de segurança. Você não tem alarme, cerca elétrica, mas como vai por isso em uma igreja? Se eu tenho um local sem alarme, eu estou dizendo para eles ‘podem entrar’. O que acontece é que há uma facilidade em roubar, a pessoa sabe que a igreja não tem estes recursos de segurança”, explica.
O coordenador de pastoral confirma que as igrejas têm sofrido uma onda de ataques neste ano. “É um crime que sempre aconteceu, mas com certeza percebemos o aumento. A falta de segurança e os assaltos chegaram ao espaço do sagrado”, diz. Para o padre Agenor, ainda mais grave do que o furto de bens materiais é o desprezo com o que é sagrado. Atraídos pelos objetos dourados, como o cálice, os ladrões destroem o sacrário, que é um cofre um pequeno cofre colocado sob o altar onde ficam as hóstias.
Dourados e com aparência sofisticada, os vasos e cálices das igrejas chamam a atenção dos ladrões, mas muitas vezes, não têm qualquer valor para venda. “Os invasores veem os objetos e acreditam que são banhados a ouro”, comenta o padre.
Apesar do vandalismo, o padre não acredita que os crimes sejam motivados por ataques à religião.
“É um problema social, assaltam a igreja como se fosse uma loja ou uma casa. O que está acontecendo é a falta de segurança, fome, desemprego, a falta de educação. Com isso, acontece a perda da noção do sagrado”, explica padre Agenor.
Mas afinal, como evitar o roubo e depredação de templos religiosos? Para a Arquidiocese de Campo Grande, este parece ser um problema ainda sem resposta. Segundo o coordenador de pastoral, a Arquidiocese ainda não tem condições de fazer um plano de segurança para as paróquias. “Elas são entidades separadas, juridicamente falando. São 317 comunidades da Arquidiocese, não temos como fazer um plano de segurança para tantas igrejas”, afirma padre Agenor.
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