Campo-grandense paga caro, mas madruga na fila da vacina
Logo pela manhã, assim como nas UPAS, as clínicas particulares de imunização em Campo Grande, começam o dia com intensa movimentação de pacientes procurando para adquirir a vacina que previne contra o vírus do H1N1 e H3N2. Valor da dosagem da vacina quadrivalente/tetravalente, está entre R$ 135 e R$ 160.
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As clínicas particulares de imunização em Campo Grande, assim como as unidades básicas de saúde, começam o dia com intensa movimentação de pacientes procurando comprar a vacina que previne contra o vírus da gripe H1N1 e H3N2. Em muitos lugares, os moradores da cidade iniciam as filas ainda de madrugada e o valor da dosagem, entre R$ 135 e R$ 160, não assusta quem quer se proteger contra a doença que vem provocando mortes na cidade.
A reportagem do Jornal Midiamax foi até duas clínicas na manhã desta quinta-feira (26) e constatou o grande fluxo de pessoas. A maioria afirma que, apesar de enfrentarem fila e senhas, é preferível pagar pela dose do que aguardar a desorganização do sistema público.
A aposentada Maria Ribeiro Rodrigues, de 68 anos, chegou por volta das 9h30 na Clínica Imunitá junto com o neto de 6 anos. Para ela, o SUS (Sistema Único de Saúde) não está conseguindo lidar com a demanda e acaba por oferecer um serviço precário.
“É muito desorganizado. Na terça-feira [24] fui com meu marido no posto de saúde do Jóquei Clube era meio dia e quando deu 17h eles simplesmente fecharam o posto e não atenderam mais ninguém. Poxa, faltavam apenas cinco pessoas para terminarem de vacinar e se recusaram. Não entregam se quer senhas para organizar, nada”, disse ela.
Maria ainda comenta que se vacinou na rede pública no ano passado, destacando que atendimento estava mais eficiente. Apesar do preço, considerado ‘um pouco caro’, como classificou, Maria optou por pagar e imunizar-se o quanto antes.
A gestora da clínica Imunitá, Fernanda Chaves Gutterres, disse à reportagem que a procura por pacientes para comprar doses da vacina aumentou e mesmo que clínica abra somente às 7h, há pessoas aguardando a distribuição de senhas na frente do estabelecimento desde ás 5h30.
“As pessoas procuram mais doses da quadrivalente, mas a trivalente imuniza bem também contra H1N1 e H3N2. A quadrivalente é mais para quem vai viajar para o exterior, mas de fato é a mais procurada”, revelou à reportagem. Na clínica, doses da vacina trivalente é vendida por R$ 85 e a quadrivalente, por R$ 135.
A demora no atendimento nas unidades públicas também foi alvo de reclamações do autônomo João Pedro Jacques, de 45 anos, que acordou cedo para levar os filhos, de 9 e 12 anos para vacinar e também salvaguardar sua proteção contra os vírus na Viccini Clínica de Vacinação, localizada na rua Dr. Eduardo Machado Metelo, 445.
O morador, que aguardava do lado de fora do estabelecimento com os filhos devido à enorme fila, também explicou que neste ano o sistema público não está oferecendo um bom atendimento e, apesar de ter que pagar e esperar um pouco para ser atendido, clínica particular foi a melhor opção. “No ano passado a gente até vacinou no posto de saúde, mas esse ano está muito cheio”, disse.
Diretora responsável pela Vaccini, Ana Carolina Nasser disse que também a maior demanda é pela vacina tetravalente e mesmo com o valor, muitas pessoas ‘madrugam’ em frente à clínica. “Aqui está bem cheio todos os dias, a procura está bem intensa. Entregamos as senhas e estamos priorizando os atendimentos preferenciais”, contou ao Midiamax. Na Vaccini Clínica de Vacinação, a vacina quadrivalente ou tetravalente, como também é conhecida, tem doses vendidas por R$ 160.
Qualquer pessoa que queira se imunizar contra o vírus pode procurar as clínicas particulares. A reportagem não conseguiu contato com responsável pela Prophylaxis.
Deputado e pediatra
Durante sessão da Assembleia Legislativa, o deputado estadual Paulo Siufi (MDB), a que também é médico pediatra, comentou que a procura por vacinas em sua clínica também tem sido intensa em relação ao ano passado. A procura, segundo ele, seria por conta das mortes causadas pelos vírus publicadas recentemente.
Siufi disse que as vacinas importadas, oferecidas nas clínicas particulares, são mais caras que as doses produzidas no Brasil, pois dariam menos efeitos colaterais no paciente. Ele simplificou: “Para dar um exemplo, é como você pegar uma caneta e dividir em mil partes, essa seria a vacina importada. A brasileira é como se fosse uma caneta quebrada em três partes”, disse, ilustrando a forma com que a dose se espalha pelo organismo, pois existem pacientes que reclamam de dores ao tomar a dosagem brasileira.
As vacinas produzidas no Brasil são as oferecidas pelo SUS e enquanto as importadas têm doses que chegam com frequências nas clínicas e partem dos Estados Unidos ou da Alemanha.
*Colaborou: Evelin Cáceres
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