Com mais de 4 mil na fila por exame, mutirão atende 250 diabéticos com risco de perder a visão
Centenas de pacientes diabéticos foram atendidos em mutirão realizado na manhã deste sábado (10) pelo Hospital São Julião, em Campo Grande. Encerrado o atendimento, a equipe médica responsável pela ação de saúde concluiu que quase metade dos assistidos corriam risco de perder a visão, caso não houvesse tratamento adequado e imediato. Ao todo, 250 pacientes […]
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Centenas de pacientes diabéticos foram atendidos em mutirão realizado na manhã deste sábado (10) pelo Hospital São Julião, em Campo Grande. Encerrado o atendimento, a equipe médica responsável pela ação de saúde concluiu que quase metade dos assistidos corriam risco de perder a visão, caso não houvesse tratamento adequado e imediato.
Ao todo, 250 pacientes foram atendidos, sendo metade de Capital e metade vindos do interior do Estado. As consultas foram agendadas previamente pelo Sistema de Regulação e realizada por equipe composta por 14 médicos.
Após a consulta, a equipe diagnosticou em dezenas de pacientes a necessidade de exames mais específicos, com aplicação de laser. Os que tinham disponibilidade, fizeram a primeira aplicação ali mesmo, e a segunda, já agendada acontecer em duas semanas. Quem não pode passar pelo procedimento na hora, também saíram com o agendamento em mãos.
A ação faz parte da Campanha de Combate a Retinopatia Diabética, doença que afeta vasos da retina, região do globo ocular responsável pela formação de imagens enviadas ao cérebro. A retinopatia está relacionada ao descontrole da glicemia e, principalmente, ao tempo de duração da diabetes.
Responsável pela ação, o médico retinólogo Bruno Furlani alerta que pacientes diabéticos têm risco muito maior de desenvolver a cegueira por compleições ao longo do tempo da doença. Segundo Furlani, a recomendação é que exames de dilatação da pupila, mais simples, sejam feitos anualmente, a partir de 10 anos da doença. Com isso, é bem provável que tenha êxito em evitar a cegueira.
“Existem vários tipos de tratamento e quanto mais cedo ele começa, maior a chance de preservar a visão”. Com espera de anos na fila do SUS, conforme Furlani, muitos pacientes despertam para os riscos tardiamente e já chegam ao estágio de descolamento de retinas, considerado mais grave.
“Nesse estágio, o tratamento é caro, difícil, os resultados ficam ruins e muitos sucumbem a cegueira. Em Mato Grosso do Sul, há cerca de 4 mil pacientes aguardando especialista de retina na fila do SUS, vimos a necessidade e tentamos contribuir organizando o mutirão. O São Julião tem 8 especialistas, mas a demanda é muito grande e não tem nenhum aparelho de angiografia de retina no Estado”, lembra.
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