Colônia de gatos vira problema crônico em bairros de Campo Grande
A facilidade de reprodução dos felinos tem gerado problemas em alguns bairros de Campo Grande. Casas abandonadas, terrenos baldios e cemitérios viram “colônias” para gatos que não são adotados oficialmente por tutores. Os animais acabam sendo alimentados por quem age de boa-fé, mas a atitude pode contribuir para o crescimento desenfreado de gatos abandonados nas […]
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A facilidade de reprodução dos felinos tem gerado problemas em alguns bairros de Campo Grande. Casas abandonadas, terrenos baldios e cemitérios viram “colônias” para gatos que não são adotados oficialmente por tutores. Os animais acabam sendo alimentados por quem age de boa-fé, mas a atitude pode contribuir para o crescimento desenfreado de gatos abandonados nas ruas.
Os moradores da Vila Palmira convivem com a situação há meses. Algumas casas abandonadas das ruas Damasco e Três Lagoas viraram abrigo para dezenas de felinos. Os animais são alimentados por uma moradora do bairro e, por este motivo, a reprodução e o abandono de gatos nas colônias crescem a cada dia.
O problema acabou virando rotina da região e parece não incomodar mais a comunidade que precisa dividir espaço com os animais em situação de rua. Porém, a cenário vem chamando a atenção das Ongs protetoras da Capital que ressaltam os malefícios das colônias.
A situação é classificada como insensata pela Aline de Oliveira Rocha. A jovem, de 22 anos, mora no bairro desde que nasceu e não concorda com a forma como os felinos são tratados, mesmo sob os cuidados da “moradora protetora”.
Por saber que a região possui uma pessoa que alimenta os gatos e que possui imóveis abandonados onde eles se abrigam, muitos campo-grandenses se aproveitam da oportunidade e abandonam filhotes ou gatas prenhas pelas ruas do bairro.
“Coitado dos bichinhos, a senhora da outra rua compra ração com o dinheiro dela porque é apaixonada por animais, mas eles ficam aglomerados em todos nos imóveis abandonados, sem carinho e sem família”, pontuou.
Aroldo Martins também já se conformou com a presença dos felinos vagando pelas ruas. O idoso afirma que já viu pessoas deixando ração e água nas colônias, mas garante não concordar com a atitude. “Isso vai aumentando a reprodução e aumentando o número populacional de animais abandonados aqui na Vila Palmira.”
A reportagem foi até a casa da suposta senhora que alimenta as colônias, mas não encontrou ninguém no local.
Realidade semelhante sofre os moradores dos Altos do São Francisco com as dezenas de gatos que perambulam as ruas da região. Largados em caixas, às pencas, os felinos invadem residências e comércios atrás de comida.
Heloisa Cruz diz que não aguenta mais ver o triste cenário dos gatos que são deixados nas ruas do bairro. A professora conta que já tentou pedir ajuda nos mais diversos meios, mas a resposta é sempre a mesma: superlotação.
“Já chamei Ongs e CCZ, mas estão todos lotados. Dezenas de animais morrem de doença, atropelados e eu já cansei de recolher do lixo e colocar em sacos para que os outros (animais) não fiquem vendo.”
Em 2014 Heloísa adotou uma das gatas prenhas que rondavam a região. Como estava muito doente pela situação de abandono, a professora chegou a gastar cerca de R$ 2 mil para salvar o animal. Assim que castrada e com a saúde em dia, a preocupação é evitar a contaminação da gata com os outros felinos que invadem a casa em busca de alimento.
“A caixinha de areia dela fica nos fundos e os gatos de rua invadem e fazem xixi por todo o canto, comem a comida dela e isso pode contaminar a minha gata. É uma situação que não vejo mais o que fazer.”
A professora ainda relata que sabe os problemas que a alimentação dos animais de rua acarretam para a sociedade, mas ela garante não se conformar com o descaso de algumas pessoas. “Vejo gente vindo de carro, a pé, de qualquer forma jogar os animais aqui. Eu sei que não poderia alimentar, mas como vou deixar esses bichinhos morrerem de fome?”
Falta de conscientização
A ONG AmiCats foi criada para dar apoio aos animais maltratados. A realidade do problema é tão crônica que, de acordo com a presidente Ana Cristina Camargo de Castro, todas as Instituições de apoio aos felinos estão lotadas e não conseguem mais acolher animais de rua.
Diariamente, chegam até as Organizações aproximadamente 50 solicitações de ajuda por diversos motivos em toda a Capital. A ineficácia, conforme a presidente, do apoio do Poder Público dificulta os trabalhos de resgate.
Ana Cristina explica que, no primeiro semestre de 2018, O CCZ (Centro de Zoonoses) atendeu 912 denúncias de maus tratos. “Infelizmente a verdade para o segundo semestre tende a ser pior,’ garante.
A chegada do fim do ano pode ser um dos incentivos para o aumento dos registros. A presidente conta que a adoção irresponsável tende a crescer nesta época devido à empolgação das pessoas em ter um animal “bonitinho e pequenininho” que depois acaba crescendo e necessitando de cuidados especiais.
“Alguns tutores querem viajar e gastar dinheiro no final do ano com outras coisas então vão lá e largam em casa, em situações terríveis muitas vezes presos sem água e sem comida.”
Como a maioria dos gatos não são castrados, ao entrar em uma colônia, o animal se reproduz e se multiplica em 45 dias – período que dura cada cio – com uma ninhada de até 6 filhotes.
A castração, conforme as protetoras, ainda é a principal arma no combate ao abandono de gatos. Realmente é o único meio de segurar a situação. A solução seria castrar e conscientizar os tutores,” explica a presidente.
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