O CCZ (Centro de Controle de Zoonozes) informa os moradores que, a partir da próxima quarta-feira (20), poderão voltar a agendar a castração de felinos em Campo Grande. No entanto, diferente de anteriormente, que era feito por telefone, desta vez a Prefeitura Municipal optou por fornecer o serviço apenas presencialmente.
Quem precisar agendar a castração do animal de estimação, deverá comparecer na Avenida Filinto Muller, 1601, na Vila Ipiranga, sede do CCZ, para marcar o dia. Os atendimentos começam a partir de 07h por ordem de chegada, e serão encerrados assim que as vagas disponíveis forem preenchidas. Os agendamentos continuarão sendo abertos somente uma vez por mês, tendo o dia 20 como referência.
Segundo a médica veterinária Iara Domingues, coordenadora do CCZ, a medida visa facilitar o acesso e dar maior transparência ao serviço, uma vez que existe um volume muito grande de reclamação quanto ao agendamento feito exclusivamente por telefone.
“A partir de agora quem tiver interesse em agendar o procedimento terá que ir até o CCZ munido de um documento pessoal com foto. Essa foi a forma mais célere e efetiva que encontramos para evitar os questionamentos quanto a lisura do processo”, explica.
A coordenadora reforça que os agendamentos serão feitos somente presencialmente e adverte que a capacidade é de 600 castrações por mês, sendo este e o limite máximo para atendimento. Ela frisa ainda que cada pessoa terá direito de agendar apenas uma castração por vez.
“O atendimento será por ordem de chegada e se houver necessidade nós vamos distribuir senhas para que haja uma maior organização. É preciso lembrar que nossa capacidade de atendimento é limitada, portanto assim que as 600 vagas forem preenchidas, o agendamento será encerrado”, complementa.
Serviço
Quando o morador comparecer no CCZ para agendar, será preciso informar o telefone do proprietário e será encaminhado para receber as orientações da implantação do microchip no animal.
No dia agendado o proprietário deverá levar o animal até o CCZ entre 15h e 19h30 e ele será liberado no dia seguinte após às 15h. O animal castrado sai microchipado, vacinado contra raiva e com uma receita com medicações que devem ser administradas e outras orientações.
Moradora ligou 114 vezes

Uma campo-grandense ligou 114 vezes para tentar agendar a castração de sua gata no CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) de Campo Grande. O serviço, que funcionava apenas por meio de ligação telefônica foi alvo de reclamações dos donos dos animais.
A auxiliar social Eluana Bittencourt, de 35 anos, tenta desde novembro agendar a castração de sua gatinha. Só na manhã desta segunda-feira, diz ela, foram 114 ligações e ela não desiste. “São duas linhas disponíveis, eu ligo em uma e se dá ocupado, imediatamente ligo na outra, na esperança de conseguir uma brecha entre as ligações”, conta. A castração não é barata, Eluana pesquisou em clínicas veterinárias particulares e a operação varia de R$ 340 a R$520, além de dois dias de hospedagem para a recuperação dos felinos.
Enquanto não consegue castrar a gata, ela já ‘emprenhou’ e teve cinco filhotes. “Eu doei três gatinhos mas ainda sobraram dois. Eu continuo tentando, não sei se eles tiram do gancho ou se as duas linhas não comportam o número de ligações”, afirma.
“Cuido dela desde novembro, se eles tivessem atendido naquela época, não estaria com os filhotes”, afirma Eluana
A dificuldade de Eluana não é um fato isolado, todos os meses surgem relatos de tutores de animais que sofrem dificuldades para marcar a operação. A criação de um canal online para o agendamento das solicitações de castração é uma ideia antiga da Prefeitura de Campo Grande. Na gestão anterior, em 2015, foi criado o Gesol (Gerenciamento de Solicitações) para atender a demanda, mas a ideia não foi levada a diante e os agendamentos ainda são feitos pelo telefone do CCZ. “Eu gostaria que tivesse um site, assim você teria um número de protocolo, um registro. Eu acho interessante se tivesse um agendamento pela internet”, afirma Eluana.
Segundo a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública), já há um estudo sobre alternativas para complementar o atendimento pelo telefone e auxiliar o processo de agendamento. “A linha telefônica não suporta porque temos uma demanda muito grande, mas a gente estuda novas possibilidades, como a implantação de um sistema online. A atual gestão tenta facilitar o acesso da população, mas ainda não há uma previsão porque depende da logística e da questão financeira”, afirma a assessoria.