Cansados da criminalidade, vizinhos pedem retirada de vagões da Orla Ferroviária
Fartos de roubos e da insegurança na região da Orla Ferroviária, no centro de Campo Grande, moradores do bairro se juntaram para pedir a retirada dos vagões. Os locais servem de abrigo para moradores de rua que, de acordo com os moradores, são apontados como responsáveis pelos roubos e assaltos nas proximidades.
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Fartos de roubos e da insegurança na região da Orla Ferroviária, no centro de Campo Grande, moradores do bairro se juntaram para pedir a retirada dos vagões. Os locais servem de abrigo para moradores de rua que, de acordo com os moradores, são apontados como responsáveis pelos roubos e assaltos nas proximidades.
Morador da região da Orla há um ano e meio, o artista plástico Guido Drummond já teve sua casa roubada três vezes. Assim como ele, outros residentes se reuniram para a formar uma Associação de Moradores e chamar a atenção do poder público para o problema no local. “Queremos um posto da Guarda Municipal e a retirada destes vagões, acredito que só isso pode ajudar muito no nosso problema. Tirando os vagões, vai tirar a habitação confortável deles”, afirma.
Guido afirma que a presença da Polícia ou da Guarda nunca foi rotina, mas se tornou mais notável após a morte de um pedreiro, há um mês. “Depois que mataram aquele rapaz, até intensificaram a ronda por aqui, mas isso é paliativo”. No mês de maio, a Guarda Municipal fez rondas na região da Orla Ferroviária e da Antiga Ferroviária em parceria com a PM (Polícia Militar) e a Polícia Civil.
Outro morador, que não quis se identificar, reside próximo à Orla há 30 anos. Em três décadas, ele afirma que viu o cenário de um ponto turístico se modificar. “Antes tínhamos noivos que vinham tirar foto aqui na Orla, era um ponto que atraía as pessoas. Hoje em dia não, as pessoas têm medo de andar por aqui”.
O morador também acredita que a retirada dos vagões pode ser uma solução, mas pede a presença da Guarda Municipal e uma revitalização no local. “A Prefeitura deveria fazer sua parte social, ajudar estas pessoas. Se tirar os vagões e iluminar já vai melhorar muito, mas além disso eles precisam tomar um rumo na vida”, afirma.
Um comerciante do local, que também preferiu não se identificar, afirma que já viu muitos traficantes na Orla e que a presença da Polícia é raridade. Com medo da região, muitos clientes evitam ir ao local e, para conseguir vender, o comerciante faz anúncios e negociações pela internet.
Cláudio* é dependente químico desde a adolescência. Aos 27 anos, ele consome crack e afirma que não dorme há dias. Para ele, a Orla Ferroviária não é local para passar a noite, mas é onde consegue comprar a droga. “Eu não durmo aqui, arranjo um dinheiro, cerca de R$ 40 e passo a noite num hotel. Tem gente que dorme aqui, mas se tirar os vagões não muda nada, aqui muita gente compra e vende”, diz. A equipe conversou com o dependente químico durante a produção da reportagem. Cláudio* diz ter consciência de sua situação e pretende sair da ‘vida da droga e do crime’.
Na semana passada, a Prefeitura anunciou a ampliação do atendimento para usuários de substâncias químicas. O CAPS AD (Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas) ampliou a oferta de leitos de acolhimento de 12 para 20 e conta com equipe para atuar em casos de usuários de drogas da população em situação de rua. “No CAPS AD é oferecido acolhimento à demanda espontânea sem a necessidade de encaminhamento, das 7h às 19h, mas funciona 24h por dia, todos os dias da semana. No local são oferecidas refeições para todos os pacientes” diz a Prefeitura.
(*nome fictício, alterado a pedido da fonte)
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