A PRF (Polícia Rodoviária Federal) informou na manhã desta quinta-feira (31), não há pontos de bloqueio e de manifestação renascentes da greve dos caminhoneiros, que durou dez dias. Na noite de quarta-feira (30), ainda eram registrados pontos de bloqueios em rodovias federais: em Ponta Porã (BR-463), Maracaju (BR-267) e Nova Alvorada do Sul (BR-267).

Os últimos focos de resistência à desocupação das rodovias eram de caminhoneiros autônomos que afirmavam não reconhecem a legitimidade do sindicato que representa a categoria e que fechou acordo com o Governo Federal. Nesses locais, os caminhoneiros decidiram seguir viagem contaram com o apoio da PRF.

De acordo com o inspetor da PRF, Luiz Alexandre, com o fim das manifestações, a corporação vai seguir com o trabalho de rotina com acompanhamento e monitoramento nas rodovias. Caso seja notado algum movimento fora do comum, será aumentado o efetivo.

Desde sexta feita passada, a PRF montou escritório no CMO (Comando Militar do Oeste) para trabalhar na coordenação da operação “de forma coordenada e harmônica”, segundo inspetor.

Durante o período de manifestações, foram feitas 111 escoltas de um total de 191 pedidos. Segundo a PRF, a maioria das escoltas foram solicitadas pelas pessoas que estavam dentro dos bloqueios e temiam agressões ao deixarem a mobilização.

A corporação também espera aumento de tráfego de caminhões pelas rodovias neste feriado, por conta dos veículos que estavam parados e proibição da circulação de bitrens no feriado foi suspensa.

Ainda conforme o balanço da PRF, foram registradas duas situações de apedrejamento de escoltas durante o período de manifestações: uma na BR-163, em Campo Grande, e outra em Ponta Porã. No segundo caso, o autor do apedrejamento do comboio foi identificado e preso. Ele possuía mandado de prisão em aberto e, segundo a PRF, quem agride escolta policial responde pelo crime de tentativa de homicídio.

Ainda foram aplicadas 24 multas em pessoas envolvidas no movimento. Em todo o Brasil foram quase 900 multas.

Greve em MS

A greve dos caminhoneiros durou dez dias e foi mobilizada, principalmente, pelos caminhoneiros autônomos. A manifestação foi ganhando apoio de outras categorias e de motoristas de transportadoras. O estopim para os protestos, foi o aumento sucessivo do valor do diesel pela Petrobras.

No decorrer da mobilização, outras pautas surgiram e, em Mato Grosso do Sul, o coro pela redução do ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) ganhou força e foi apoiado pela classe dos produtores rurais. A reivindicação foi aceita pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB), que baixou a alíquota do imposto de 17% para 12%.

O Estado chegou a ter mais de 60 pontos de manifestações entre bloqueios e protestos em postos de combustíveis e acostamento de rodovias.

Paralelamente, o presidente Michel Temer (MDB-RJ) negociou com a Abcam (Associação Brasileira dos Caminhoneiros) das rodovias. A entidade fechou acordo com o Governo Federal para congelar por 60 dias a redução do preço do diesel na bomba em R$ 0,46 por litro, valor referente ao que seria a retirada do PIS/Cofins e da Cide sobre esse combustível. Depois desse período, o preço do diesel será ajustado mensalmente. Além disso, a alíquota da Cide sobre o diesel será zerada até o final do ano.