Além de UPA VET, Capital pode ganhar subsecretaria de bem-estar animal

Sesau confirmou expectativa de lançamento da obra em agosto, mas destacou que estudos também verificam modelos viáveis de gestão.

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A promessa de construção de uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Veterinário na Capital, anunciada pelo prefeito Marquinhos Trad (PSD) em março deste ano, pode trazer ao organograma municipal a criação de uma subsecreteria focada em bem-estar animal.

De acordo com o vereador Veterinário Francisco (PSB) – autor do projeto autorizativo para criação da unidade, em 2015 – a expectativa é de que a pedra fundamental da obra seja lançada ainda este ano, provavelmente no pacote de obras que tradicionalmente é anunciado nas proximidades do aniversário da cidade, em agosto.

“Porém, há algumas questões, como a sustentabilidade dessa UPA VET. Como o SUS não reconhece o bem-estar animal como uma política de saúde pública, os recursos virão do tesouro municipal, que já dispõe de emendas parlamentares para isso. Porém, o município ainda estuda em qual pasta a UPA VET ficará inserida”, destacou à reportagem.

Dentre as possibilidades, além de vincular a UPA VET à Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) ou a Segov (Secretaria Municipal de Governo e Relações Institucionais), há a possibilidade de se criar uma subsecretaria de bem-estar animal.

Procurada pela reportagem, a Sesau confirmou que há expectativa de lançamento da obra para agosto, mas destacou que os estudos da administração também verificam modelos viáveis de gestão. Para tanto, modelos bem sucedidos utilizados em outros municípios brasileiros têm servido de referência.

“Em todo o Brasil, há iniciativas em que o hospital veterinário municipal foi ligado a uma nova secretaria ou departamento. Os estudos ainda ocorrem, mas, é possível que Campo Grande siga o mesmo modelo, sim”, traz comunicação oficial.

Novos modelos

A principal razão para a criação de um novo departamento ou subsecretaria se explica porque, atualmente, o Ministério da Saúde não prevê recursos para implementar politica de saúde publica ao bem-estar animal, somente no contexto do combate de zoonoses, como o CCZ (Centro de Controle de Zoonoses). Um novo departamento, portanto, possibilitaria uma frente de atuação na captação recursos para manutenção da UPA VET.

A capital pernambucana, Recife, inaugurou há um ano um hospital municipal com estrutura análoga à proposta de Marquinhos Trad. A administração também criou a Secretaria Executiva dos Direitos dos Animais, que concentrou as castrações, serviços de adoção e atividades educativas. Em Campo Grande, as castrações fazem parte de uma política de controle populacional de animais, a fim de evitar zoonoses, e é executado pelo CCZ.

“Todo o estudo ainda está no campo da discussão, na qual verificam-se as possibilidades legais e a viabilidade. Alguns dos resultados positivos que tem sido verificados, por exemplo, sugerem até gestão compartilhada da unidade de atendimento a animais”, conclui a nota.

Em maio, o prefeito Marquinhos Trad destacou, em agenda pública, que uma parceria com vinda de recursos estaduais e federais seria necessário para que a UPA-VET se tornasse plenamente funcional. O prefeito não destacou, na ocasião, se havia conseguido firmar alguma parceria.

UPA VET

Anunciada no início de março, a UPA VET será uma espécie de hospital universitário municipal com parceria com as universidades localizadas no município e veterinários. Na ocasião, a Prefeitura destacou que a unidade será erguida em um anexo do CCZ, situado no bairro Vila Piratininga, e funcionará de segunda a domingo, das 7h às 23h, para atendimento de cães e gatos.

Em março, a Prefeitura reforçou previsão de que o hospital fosse inaugurado em até seis meses, uma vez que já haveria recursos garantidos para a construção, devido a emendas parlamentares. Inicialmente a unidade trabalharia com a previsão de atendimento de 100 animais por dia, dentre consultas a procedimentos cirúrgicos de emergência, com base na atual demanda do Hospital Veterinário da Universidade Federal.

Ainda conforme o anunciado, a ordem de atendimento dos serviços de urgência e emergência ocorreria conforme avaliação de risco dos animais. Já as outras consultas, mais simples, seriam por ordem de chegada. Exames complementares seriam realizados em parceria com universidades e estabelecimentos veterinários – estes, com possibilidade de cadastro voluntário, oferecendo desconto na compra de medicamentos ou na continuidade dos tratamentos, caso haja necessidade.

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