Tecnologia controlada pelo olhar dá autonomia a Gabriel, aluno com paralisia
Estudante, aprovado no vestibular, agora consegue se comunicar através da escrita
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Estudante, aprovado no vestibular, agora consegue se comunicar através da escrita
Depois de passar 18 anos sem ter autonomia para escrever, por conta de uma paralisia cerebral, o estudante Gabriel Vinícius de Lima de Oliveira, agora poderá se comunicar através da escrita. Isto porque um grupo de professores da Escola Estadual Neyder Suely Costa Vieira, localizada no bairro Aero Rancho, doou para Gabriel um equipamento chamado “a-blinX – Acionador Adaptativo por Piscadela”, que transmite os comandos dados por Gabriel através do piscar de seus olhos e traduz isso em palavras.
O professor Wilian Lucas Martinhão, especializado em Educação Especial e tutor de Gabriel, afirma que o aluno faz uso do equipamento há apenas uma semana e o seu progresso já é bem notável. “O sensor de movimentos é colocado na armação dos óculos do aluno e, quando ele pisca com mais intensidade, o teclado do tablet é acionado e ele consegue escrever. Ele nunca havia pegado em um lápis para escrever e agora pode se comunicar”, explica.
Para a aquisição do equipamento, os professores promoveram uma galinhada solidária na escola e reverteram toda a renda para o custeio da tecnologia que, agora, trouxe inclusão digital ao aluno. “Muitos pais não têm conhecimento dessa tecnologia. O uso dela pode melhorar a qualidade de vida de milhares de alunos que possuem algum tipo de comprometimento motor”, diz o professor Wilian Lucas Martinhão, especializado em Educação Especial, e tutor de Gabriel.
A dona de casa Raquel de Lima, mãe de Gabriel, disse ao Jornal Midiamax que o filho acaba de ser aprovado no vestibular Desafio UCDB (Universidade Católica Dom Bosco) e está em dúvida se escolhe cursar Direito ou Administração. “Ele foi aprovado em 14º lugar, e estava concorrendo com outros 50 alunos da escola dele, todos sem nenhum tipo de deficiência”, diz a mãe.
Ela conta que o filho está muito feliz por agora ter algum tipo de autonomia. “Ele está se divertindo muito. O equipamento é muito fácil de usar e ele já consegue escrever as palavras certinho no computador dele. Dá para ver a alegria nos olhos do meu filho”, revela.
Equipamento
O “a-blinX”, equipamento de origem brasileira, foi desenvolvido por um estudante de engenharia, portador de deficiência motora.
Ele custa cerca de R$ 1,4 mil e é recomendado para pessoas com deficiências físicas e motoras severas, como tetraplegias decorrentes de lesão medular, esclerose lateral amiotrófica, paralisia cerebral, distrofia muscular, sequelas de AVC, dentre outros.
Escolas e entidades que realizam atendimento educacional especializado, clínicas, consultórios, hospitais e centros de reabilitação, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e profissionais da saúde que atuam na área de reabilitação também podem adquirir o equipamento.
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