Patrimônio esquecido da Capital

Nos últimos cinco anos as árvores que cobrem o canteiro central da Afonso Pena receberam pouco ou quase nenhum tipo de manejo. O resultado do abandono é percebido nas lacunas que elas deixaram na avenida com ‘status' de mais arborizada da cidade: Elas adoecem e acabam não resistindo. Ainda ontem, 26, uma espécie de 87 anos, foi removida pela Prefeitura de .  

Em frente à Escola Estadual Joaquim Murtinho, uma árvore da espécie Ficus (fícus microcarpa), com aproximadamente 16 metros de altura foi removida por oferecer risco aos pedestres e ao trânsito. A figueira plantada no começo da década de 1930 estava doente, já sem folhas – conforme denuncia do Jornal Midiamax feita há um mês, –  e passível de pragas. Em seu lugar será plantada uma árvore de 3 metros, mas ainda sem previsão.

A falta de manejo é a principal ameaça ás árvores da cidade, em especial as centenárias, que carecem de maior cuidado devido a idade, mas para se ter ideia da situação, a (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) estima que o último tratamento foi realizado em meados do ano de 2012. Desde então, as plantas não recebem qualquer tipo de manutenção.

Sem cuidado, as espécies correm risco de serem removidas. “As pragas tem tendência a se espalhar, mas vamos tentar um tratamento sanitário, que é paliativo”, avisou a bióloga Karina Sandim e agente fiscal da prefeitura.  

Patrimônio esquecido

As árvores do canteiro central estão em fase de tombamento por serem consideradas patrimônio histórico, cultural e paisagístico de Campo Grande, mas apesar da importância histórica, na prática, o cuidados são raros. Para se ter ideia da situação, o último programa de manutenção da arborização urbana data o ano de 2009.

 Para especialistas, além do abandono, problemas provocados pelo meio urbano podem ter contribuído para acelerar a despedida das figueiras, como a compactação do solo, estresse urbano e poluição. Sem o devido monitoramento, as principais heranças do passado da Capital tem apresentado problemas sérios, entre eles fungos e pragas.

 “Elas foram colocadas em condições inadequadas, em calçadas estreitas, o que hoje não se pratica mais. Além deste cenário, percebemos o descuido com essas árvores. Não tem como manter uma árvore de mais de 80 anos sem cuidado”, advertiu a bióloga Maria Rita.