Professores e alunos protestam contra fechamento do Centro de Línguas
Estudantes exigem que SED faça prestação de contas
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Estudantes exigem que SED faça prestação de contas
Professores e estudantes do Celms (Centro Estadual de Línguas e Libras de Mato Grosso do Sul) – Professor Fernando Peralta Filho – participaram de um protesto, no início da manhã desta quinta-feira (27), contra o fechamento da unidade em Campo Grande.
A manifestação começou por volta das 7h30 e terminou às 9 horas. O primeiro tempo de aula foi cancelado porque os professores e estudantes estavam no protesto na Avenida Duque de Caxias, próximo do Celms, localizado na Avenida Tiradentes.
O fechamento do Centro de Línguas foi confirmado pela SED (Secretaria Estadual de Educação) na primeira quinzena de julho e a previsão é de que as atividades sejam encerradas no dia 23 de agosto.
“Sou acadêmica de letras, me formo neste ano e já estou me preparando para começar o mestrado que exige uma língua estrangeira. Agora não sei mais o que vou fazer. Não tenho condições de pagar um curso particular e provavelmente vou ter de adiar o sonho do mestrado”, lamenta Michele Rocha do Amaral Balbuena, de 37 anos.
Meire Lúcia Batista Bueno, de 41 anos, está no segundo módulo do curso de Libras e também critica o fechamento do Celms. “Não terminamos o curso ainda e não teremos a chance de nos formarmos”, frisa.
“Isso é falta de respeito com os estudantes e professores”, afirma Andreia Aguero, de 41 anos, professora de Espanhol que trabalha no Celms desde julho de 2016.
Convocada, a professora Sônia Alves Orrico, de 57 anos, diz que foi surpreendida com a notícia sobre o fechamento.
“Eles não apresentaram nenhum estudo sobre os custos, não divulgaram nenhuma informação em Diário Oficial, simplesmente comunicaram o fechamento. A maioria de nós que lecionamos aqui somos convocados e ficaremos sem nossos empregos”, observa.
A SED justifica que menos de 25% dos alunos matriculados no centro se encaixam no perfil de estudantes que cursam o Ensino Médio e suas modalidades nas redes públicas de ensino – ou aqueles que são bolsistas em escolas particulares e que “ estudantes da rede pública já são contemplados, na grade curricular da Educação Básica, desde o sexto ano do Ensino Fundamental, com o componente curricular de Língua Estrangeira Moderna (LEM), que oferece Inglês ou Espanhol”.
Em relação à Libras (Língua Brasileira de Sinais) a SED afirma que “sete escolas da Rede Estadual na Capital ofertam cursos”. O governo de Mato Grosso do Sul alega queda na arrecadação, necessidade de ‘manejar’ os recursos da SED (Secretaria Estadual de Educação) para a educação básica e o reajuste dos professores estaduais.
Com o encerramento do Centro, o governo do Estado calcula economia de R$ 1,2 milhão anuais em recursos da pasta. Nessa quarta-feira (26), a secretária de Estado de Educação, Maria Cecilia Amendola da Motta, afirmou que o Celms tinha somente 825 alunos em Campo Grande e cerca de 180 em Dourados. Por outro lado, levantamento feito por professores assegurou que há 68 turmas com 1.423 alunos até agosto deste ano.
Os alunos afirmam que vão encaminhar requerimento para a Secretaria de Estado de Educação. Eles querem prestação de contas sobre os gastos com o Centro de Línguas. Os estudantes também devem pedir uma reunião com a vice-governadora Rose Modesto (PSDB).
Uma nova manifestação será realizada nesta quinta-feira, por volta das 18h30. O protesto será no mesmo local, onde foi realizado nesta manhã.
Confira o vídeo da manifestação.
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