UPA do Universitário já registra superlotação

 

A Prefeitura de abriu sindicância para apurar a conduta de dez profissionais que trabalham nos postos de saúde da cidade. A investigação já resultou na demissão de 2 médicos que prestavam atendimento na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Universitário, e os outros 8 processos seguem tramitando. 

A devassa apura a conduta de enfermeiros, atendentes e dos funcionários da limpeza, informou Yama Higa, Coordenador de Urgência da Sesau (Secretária Municipal de Saúde). Segundo a sindicância tramita em sigilo processual e, por isto, o motivo que levou ao processo não pode ser divulgado. 

“Estão sendo mandados embora porque não cumprem a obrigações, são contratados e como não cumprem o que tem que fazer, a gente tem que demitir”, justificou Marcelo Vilela, secretário municipal de saúde. “Quando tem três advertências tem que ser mandado embora”, completou. 

Como resultado, nesta quarta-feira (16), quem precisou de atendimento na unidade do Universitário precisou de mais paciência que a média, pois com as demissões a escala teria sido afetada. Na escala divulgada pela prefeitura o local contaria com 6 profissionais, no entanto, somente 4 médicos cumpriram a jornada de trabalho, sendo que 2 trabalhavam exclusivamente para a enfermaria e urgência e emergência. “Cheguei aqui às 8h com minha avó de 79 anos, que está com pneumonia, mas não conseguimos consulta”, reclamou Elisângela, que ficou pelo menos seis horas aguardando pela ajuda médica.   

Em relação aos problemas no posto, o secretário de saúde disse que o problema é causado pelos médicos que se recusam a trabalhar na unidade. “O universitário a gente tem dificuldade porque fica na frente do terminal e o posto é mais procurado e os médicos não gostam de trabalhar lá”, explicou. 

 O Jornal Midiamax publicou em abril deste ano uma série de reportagens tratando o funcionamento das unidades de saúde em Campo Grande, e a espera pelo atendimento médico foi a principal queixa entre os pacientes, causada, por vezes, pela falta do profissional. A situação revelou a falta de controle dos plantões e horários dos profissionais. Sem ponto eletrônico ou monitoramento de presença, a escala não é obedecida e a quantidade se torna inferior à demanda.