Policiais são detidos e impedidos de levarem documento à Câmara

60 policiais de MS participaram do ato

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60 policiais de MS participaram do ato

Cerca de 5 mil policiais realizaram manifestação em frente à Câmara dos deputados nesta terça-feira (18) contra a reforma da Previdência. De Mato Grosso do Sul, 60 agentes da polícia civil participaram do ato. O protesto acabou em confusão, já que os policiais foram impedidos de entrarem na Câmara. Presidente do Sinpol-MS (Sindicato dos policiais civil do Mato Grosso do Sul), Giancarlo Corrêa Miranda está em Brasília e contou que alguns policiais foram agredidos.

Os agentes foram impedidos de entrarem na Câmara para protocolarem um documento. Eles pedem que o deputado federal Arthur Maia (PPS-BA), relator da PEC 287 – que altera as regras de aposentadoria -, seja afastado da comissão. Doações de campanha ligadas ao interesse do setor privado na previdência motivam a reivindicação.

Confira o vídeo da confusão:

 

 

 

 

 

 

“Enquanto estávamos ali para fazer a entrega houve uma precipitação da polícia legislativa e ela acabou soltando spray de gás lacrimogênio, bomba de efeito moral e acabou gerando essa confusão. Os policiais todos estavam em protesto pacífico, até mesmo estávamos desarmados e graças a Deus não tivemos policiais feridos, alguns ficaram com escoriações”, contou Giancarlo.

Conforme relatou, alguns policiais chegaram a ser detidos pela Polícia Legislativa. “Nós tivemos alguns colegas que foram detidos e depois foram liberados. Amanhã novamente haverá esse protocolo e voltaremos para Brasília se for preciso, porque de forma alguma deixaremos que o nosso direito de se aposentar seja retirado”, contou.

Doações de campanha

Arthur Maia recebeu duas doações da Bradesco Vida e Previdência nas eleições de 2014, totalizando R$ 299.972, conforme esclarece o UOL, em reportagem. O montante representa 8% do que o deputado declarou na campanha.  As doações foram feitas ao seu partido, e repassadas ao candidato, segundo a prestação de contas do parlamentar divulgada no site do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Outras instituições, como Itaú Unibanco (R$ 100 mil), Safra (R$ 30 mil) e Santander (R$ 100 mil), também financiaram a campanha do deputado. São instituições que oferecem o serviços de previdência privada.

Reforma da Previdência

A leitura do relatório final da comissão que analisa a reforma proposta pelo governo de Michel Temer (PMDB) seria realizada nesta terça, mas foi adiada para quarta-feira (19). Conforme têm divulgado os deputados, cinco pontos devem ser alterados em relação ao projeto de Reforma da Previdência originário, além de outras mudanças ainda não anunciadas.

Um dos pontos que deve permanecer inflexível é a idade mínima para aposentadoria, que na Reforma foi estabelecida em 65 anos para homens e mulheres. O relator admitiu, o entanto, que o texto deve estabelecer como idade mínima para aposentadoria integral feminina pelo menos 62 anos.

Regras para aposentadoria rural, além de regimes específicos para algumas categorias devem estar no texto. Ainda não há, no entanto, clareza sobre o teor da medida, que recebeu diversas emendas na Câmara.

A reforma é criticada e mobiliza protestos em todo o Brasil que veem na PEC o impedimento para aposentadoria, além de regime de trabalho mais rigoroso para atingir a idade exigida pelo texto. A proposta inicial prevê um tempo de contribuição de 49 anos para conseguir o benefício.

O governo alega que a reforma é necessária porque há um rombo na Previdência Social no Brasil, que em 2016 atingiu R$ 149,7 bilhões nas contas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O déficit, no entanto, é controverso e divide opiniões. Os maiores devedores são empresas privadas. Cerca de 500 empresas têm uma dívida de R$ 426,07 bilhões

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