Pacientes ‘se viram’ com demora para entrega de remédios na Casa da Saúde

Espera chega há dois meses

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Espera chega há dois meses

​Dois meses. Este é o tempo que alguns pacientes esperam por medicamentos de uso contínuo que devem ser disponibilizados pela Casa da Saúde em Campo Grande. Dependentes da medicação, eles contam com ajuda de grupos nas redes sociais para manter o tratamento. 

Ronaldo Machado dos Santos, de 44 anos, passou por transplante de rim há pouco mais de dois anos. Por conta do procedimento, ele precisa fazer uso diário de Ciclosporina de 100 mg (miligrama). São dois comprimidos por dia, mas segundo ele, o medicamento está em falta há dois meses, ou mais. 

O paciente diz que por mês são duas caixas de Ciclosporina de 100 mg. Cada uma custa em torno de R$ 600,00, ou seja seriam R$ 1,2 mil por mês, valor que ultrapassa a aposentadoria de R$ 937,00. Ainda que houvesse recurso, o medicamento não está disponível nas redes de farmácias da Capital.

“Na Casa da Saúde, tem apenas o de 25 mg, mas não posso tomá-los e nem eles [funcionários da Casa da Saúde] me dão porque seriam oito comprimidos por dia, já tomo outros 16, o meu organismo não aguentaria. Não consigo comprar, o medicamento é caro, custa mais que o valor que ganho e mesmo que conseguisse, não tem nas farmácias de Campo Grande”, relata.

Em falta nas redes de farmácias e na Casa da Saúde, Santos conta com ajuda de grupos nas redes sociais. “Participo de um grupo de transplantados no qual cada um ajuda o outro. Graças a isso ainda tenho medicamento para mais 10 dias. Depois disso não sei o que fazer porque também não sou o único que recebe ajuda”, observa.

Questionada sobre o medicamento, a assessoria de comunicação da SES (Secretaria de Estado de Saúde) afirma que a ordem de fornecimento foi empenhada em fevereiro de 2017 e que nesta semana o fornecedor pediu prazo para esta quarta-feira (13).

Escassez – 

A situação na Casa da Saúde é crítica. Relatos de pacientes revelam escassez. Alguns casos foram noticiados pelo Jornal Midiamax

Nesta terça-feira (12), a mãe de um menino de 9 anos, diz que o filho está há uma semana sem o Somatropina, medicamento de uso contínuo utilizado por crianças e adultos que apresentam deficiência na produção natural de hormônios. 

Sobre o Somatripina, a assessoria de comunicação da SES diz que o processo de compra foi iniciado, porém, admite que não há prazo específico e que o procedimento pode levar entre 10 e 20 dias para que seja concluído. 

Tratamento fora do Estado –

Outro problema citado é a falta de passagem para pacientes com direito ao TFD (Tratamento Fora do Domicílio). Os relatos dizem que as passagens não são liberadas na data correta e as consultas precisam ser remarcadas e realizadas com cerca de um mês de atraso.

A assessoria de comunicação da SES justifica ter havido “um período de demanda excessiva que causou um espaço curto de interrupção na compra das passagens”, porém, o problema foi solucionado.  

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