No aperto, colombiana que vive na Capital ganha dinheiro lustrando panelas
Na Colômbia ela era bailarina de Salsa
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Na Colômbia ela era bailarina de Salsa
O dito popular sentencia que quem quer, costuma dar um jeito, e assim Tatiana Barrientes, 26 anos, natural de Medellín, Colômbia, inventou um jeito de sobreviver em Campo Grand, onde mora há um ano. Dançarina de salsa na cidade latina, ela abandonou a carreira para tentar a vida no Brasil e agora lustra panelas para ganhar dinheiro e escapar do aperto.
Em uma página no Facebook criada em Campo Grande para comércio e anúncios, a colombiana fez sua propaganda: “Você não quer trabalhar? Eu sim…panelas foscas? Areo suas panela”, oferece. Os preços dependem do tamanho, que podem custar entre R$ 3,50 a R$ 10. A atividade incomum ganhou repercussão e gerou centenas de comentários de surpresa e de elogios à imigrante.
A falta de trabalho e a baixa expectativa de um futuro promissor convenceram Tatiana a se mudar para o Brasil e dar adeus à Colômbia. Depois que o parceiro de Salsa morreu, ela diz nunca mais ter dançado profissionalmente. O marido chegou seis meses antes para conhecer a cidade e os dois decidiram ficar. A mudança é chamada de recomeço, e segundo ela tem explicação. “O Brasil é uma terra de oportunidades, um país aberto aos imigrantes. Lá em Medellín a vida não tem tantas oportunidade como encontramos aqui, é muito mais difícil”, explica. A cidade de origem é a mais populosa do país, tem 2,7 milhões de habitantes.
Chegando aqui, porém, a realidade não é tão fácil. Apesar da vontade de trabalhar da bailarina, as barreiras são muitas e é preciso contar com a boa vontade dos brasileiros. Como eles chegam com visto de turismo , não podem tirar carteira de trabalho, e o que resta são os empregos informais. “Trabalhei em alguns salões de beleza como manicure, mas às vezes só ganhava R$ 20 por semana”, comenta.
No desespero em busca por uma oportunidade de emprego, ela conta que pediu aos vizinhos do aonde mora, no Jardim Parati, que a ajudassem a encontrar uma ocupação. Uma vizinha a levou até a feira central da Capital. O único serviço disponível era para lavar a louça. “Então eu me dei conta que aquela era minha chance. Eu lavei uma panela por duas horas até ela ficar limpa, ariada. Falavam para eu parar que não precisa, mas eu terminei e ainda fui nas barracas vizinhas para oferecer o serviço. Acho que o que falta nas pessoas é vontade”.
Por dia trabalhado Tatiana conta receber R$ 70, e como a feira não funciona diariamente, ela precisa complementar a renda e por isso pensou em lustrar as panelas como uma forma de ganhar dinheiro. Segundo a bailarina, para desempenhar a atividade não existe técnica nem receita, somente força de vontade. “Precisa ter força no braço e querer trabalhar. Isso é sucesso”, brinca.
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