50% dos assassinatos foram com arma de fogo

Divulgado nesta segunda-feira (5), o Atlas da Violência 2017 mostra que em Mato Grosso do Sul todos os índices de violência registraram queda em um ano de monitoramento. Mato Grosso do Sul teve 634 homicídios em 2015, queda de 9,4% em comparação com 2014, quando registrou 700 assassinatos.

Elaborado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o documento também mostra que a taxa de homicídios caiu no Estado: 10,5 em um ano. Do total de homicídios, 50% foram cometidos com uso de arma de fogo.

O Estado é um dos poucos onde os números da violência caíram. Em 2015 houve 59.080 homicídios no Brasil. Altamira, no Pará, foi o município mais violento, com 108.382 habitantes, a cidade teve 114 homicídios em 2015. O Estado, no entanto, já integrou a lista de muncípios mais violentos, com a cidade fronteiriça Coronel Sapucaia, a 380 km de .

“Um dado emblemático que bem caracteriza a questão é a participação do homicídio como causa de mortalidade da juventude masculina, 15 a 29 anos, que em 2015 correspondeu a 47,8% do total de óbitos. Se considerarmos apenas os homens entre 15 a 19 anos, esse indicador atinge a incrível marca dos 53,8%”, esclarece o Atlas.

Em Mato Grosso do Sul, os assassinatos de pessoas jovens também diminuíram. Em 2015, o Estado respondeu por 264 das 31.264 mil mortes de jovens entre 15 e 29 anos. A queda em relação a 2014 foi de 18%. O assassinato da juventude negra representa uma queda menos acentuada em todo o Brasil. Em Mato Grosso do Sul, ainda assim, a taxa de homicídios de jovens não negros foi de 10%, 1% a menos do que de pessoas negras.

Violência policial

MS teve 634 homicídios em 2015; 9,4% a menos do que em 2014

Mato Grosso do Sul, por exemplo, registrou, de acordo com o SIM, 7 mortes por ação policial em 2015, 6 a mais do que em 2014. Esse número, quando leva em conta outras fontes, no entanto, pula para 45.

De acordo com o Atlas, 40 pessoas morreram por ações de policiais em serviço em Mato Grosso do Sul e outras 5 morreram por ação de policiais à paisana. O total, de acordo com o Atlas, foi 48,27% menor do que em 2014, quando 87 pessoas morreram por ações policiais no Estado.

“Em 2015, o SIM registrou apenas 942 casos de intervenções legais, enquanto a segurança pública registrou 3.320 mortes decorrentes de intervenções, ou seja, 3,5 vezes o número de registros da saúde. Não com surpresa, o Brasil foi condenado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos (Corte IDH), em sentença do dia 16 de fevereiro de 2017, no Caso Favela Nova Brasília”, complementa o Atlas.

Homicídios de mulheres

Apesar do assassinato de mulheres em razão de gênero ter sido regulamentado em 2015, o Atlas não traz essa divisão. Em 2015, segundo o documento, 4.621 mulheres foram assassinadas no Brasil, o que corresponde a uma taxa de 4,5 mortes para cada 100 mil mulheres. “Com base nesses dados do SIM não é possível, contudo, identificar que parcela corresponde às vítimas de feminicídios, uma vez que a base de dados não fornece essa informação”, esclarece.

Mato Grosso do Sul é um dos 7 Estados que apresentaram queda nesses assassinatos entre 2005 e 2015: -4,6%. Em comparação a 2014, também representou queda. Enquanto em 2014, 85 mulheres foram assassinadas no Estado, em 2015 esse número cai para 58, uma diminuição de 31,8%.

A queda no assassinato de mulheres negras, no entanto, foi menos acentuada. A diminuição da taxa de homicídio de mulheres não negras foi 32,5% em um ano, já a de mulheres negras foi de 17,1%.