Mesmo com piora, jovem agredido em lava-jato seguia confiante e brincalhão
Adolescente ficou 11 dias internado na Santa Casa
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Adolescente ficou 11 dias internado na Santa Casa
“Mal te conheci e já vi que o futuro nos espera. Vamos viver o dia de hoje como se fosse o último dia”. A frase foi a última postagem pública feita no Facebook por Wesner Moreira da Silva, 17 anos, no dia 1° de fevereiro. Ele e a família não imaginavam o que aconteceria. Wesner seria vítima de uma agressão violenta que provocou a morte dele, 11 dias depois na Santa Casa.
Na manhã desta quarta-feira (15), uma das ruas do bairro Pioneiros ficou repleta de cadeiras e de triste. O velório do adolescente começou por volta das 17 horas da terça-feira (14), logo após o corpo ser liberado pela Santa Casa. Pela casa da família já passaram mais de 150 pessoas. A mãe do adolescente e o pai seguem inconsoláveis. O encarregado da tarefa de dar entrevistas é o tio Elson Ferreira Silva.
Elson conta que Wesner era muito querido na região e na escola em que estudou. As brincadeiras, feitas por ele durante a internação, foi o que ficou na memória da família. A palavra confiança é usada pelo tio mais de uma vez para definir os últimos dias de Wesner. “Até os médicos estavam confiantes. Durante a internação, ele falava baixinho, mas conversava. Fazia brincadeiras. Me disse: tio, eu sou macho, eu vou voltar”.
Outro momento lembrado por Elson, é o retorno do sobrinho para a área que cuida de casos graves na Santa Casa. “A minha esposa estava com ele. Ele saiu falando: tia, eu vou voltar. Você não falou para a minha mãe, não é? [que ele estava sendo levado para a área vermelha]. Eu não quero que ela fique se preocupando”, conta o tio.
A piora de Wesner começou no domingo, quando ele vomitou sangue e sentiu muito grande quando a veia se rompeu e os médicos decidiram pela entubação e a volta para a área vermelha da Santa Casa.
Justiça
Depois de Wesner ser agredido, segundo o tio, a família nunca foi procurada com sequer um pedido de desculpas ou uma manifestação de sentimentos por parte dos dois envolvidos: o patrão e o “amigo”, que conhecia o adolescente desde criança. A única coisa que a família ouviu, foram ofensas de sogra de um deles .
A família pede justiça que os envolvidos paguem pelo crime e sejam presos para que um ato criminoso que chegou a ser classificado como brincadeira volte a acontecer. “Não queremos que eles fiquem impunes. Se fez com ele hoje, pode pegar outro amanhã . Queremos que eles fiquem na cadeia”, afirma o tio.
Sonhos interrompidos
Como qualquer adolescente, Wesner estava cheio de planos para o futuro. O primo, Hudson Moreira da Silva, conta que passou o último domingo com ele na Santa Casa.
“Andamos pelo corredor e ele estava feliz melhorando e dizendo que ia sair”. O adolescente tinha se alistado recentemente e o primo diz que havia virado uma meta na vida dele.
“Ele estava feliz. Tinha se alistado e estava bem contente que ia entrar. Queria comprar uma moto também”, diz.
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