Mais de 150 famílias ocupam área próxima de lixão em Batayporã
Terreno ocupado é da prefeitura
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Terreno ocupado é da prefeitura
Cerca de 160 famílias ocuparam uma área próxima ao lixão que pertence a Prefeitura Municipal de Batayporã na tarde de sábado (21), com o propósito de pedir providências às autoridades municipais no sentido de acelerar o início da construção de casas populares.
O movimento é pacífico e vem crescendo a cada hora. No início, apenas 20 famílias invadiram o terreno e começaram a levantar os barracos neste lugar, que está localizado ao lado de uma estação da Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul (Sanesul). Agora, segundo informações do grupo, já são mais de 160 famílias. Os nomes dos ocupantes estão sendo anotados num livro ata para que haja um controle.
Durante todo o tempo que a reportagem do Jornal da Nova esteve por lá, foi possível visualizar vários homens trabalhando na construção de um abrigo para morar. Crianças, adolescentes e mulheres acompanhavam os companheiros ou simplesmente aguardavam sentadas em baixo de uma árvore. Lonas, madeira e outros materiais estão sendo recolhidos na região e no próprio lixão. A água é obtida somente por meio da doação de moradores que moram nas proximidades.
A grande maioria dos manifestantes entrevistados afirma que morava de aluguel nos bairros periféricos da cidade e têm cadastro no setor de habitação. No entanto, nos últimos meses muitos perderam o emprego e não conseguiam quitar a parcela mensal. Assim, foram obrigadas a se deslocarem para o local.
A família de Mariluce Lima Palharin e de Alessandra Campos, que trabalhavam no setor de desossa no Frigorífico Minerva e atualmente estão desempregadas, foram umas das primeiras a se estabelecerem. Porém, segundo elas, não existe uma única pessoa que comanda as ações do grupo. Mariluce informou ainda que muitos já estão trazendo suas roupas e pertences.
Até o momento, o governo municipal ainda não foi visto e nem fez contato com o grupo, apenas um vereador esteve no local para ouvir as reivindicações. “O vereador Germino Roz veio até aqui e disse que tentaria ajudar. O prefeito deu uma entrevista na rádio e falou que viria até aqui, mas até agora ninguém veio. Estamos sem água e está acabando a gasolina”, frisou a desempregada.
Uma mulher que aparentava ter pouco mais de 40 anos e o filho de 17 anos, disseram que estão ali porque não têm onde morar. Ela conta que já trabalhou muitos anos no Hospital e agora está desempregada. “O povo precisa de moradia, o povo tá sem emprego e muitas vezes passa fome, vai no lixão pegar alguma coisa pra comer. A situação está feia”, relata uma manifestante.
E outro se adianta a explicar: “Este B.O (boletim de ocorrência) não é desse prefeito. É coisa do passado. Não podemos julgar ele (sic) que entrou ontem. Não viemos aqui pra falar de política, de prefeito. Viemos aqui porque não temos onde morar. Tem mãe, tem filho que não tem como pagar aluguel, senão não come. Agora, não dão terra, não dão casinha, e quando dão é pra quem não precisa. Só sairemos daqui se derem o terreno para nós. Aqui é terreno público, então vamos ficar aqui. Agora é um por todos e todos por um”, defende outra mulher que estava no grupo.
Alessandra Campos, em seguida, complementa: “ou dá o terreno pro povo porque cada um constrói o seu, nem que seja um barraquinho de tábua até conseguir emprego ou doação para construir algo melhor, ou se ele nos tirar daqui, vamos morar em frente a Lagoa do Sapo, até conseguir nossa casa pra morar”, declara.
Após deixar a área ocupada, a reportagem falou com o prefeito de Batayporã, Jorge Takahashi (PMDB). Por telefone, ele disse que a área invadida pelas famílias será destinada à construção de moradias. Porém, não pode ser ocupada porque ainda é necessário resolver algumas pendências como a desativação do lixão, que está situado muito próximo a este terreno.
O prefeito disse que a procuradoria do município e a assistência social vão conversar, amigavelmente, com os ocupantes para tentar uma solução para a situação. “Não tenho nada contra o movimento, desde que seja dentro da normalidade. A procuradoria vai resolver da melhor maneira possível, sem prejudicar ninguém. Estamos dispostos a ajudar e o que tiver que ser feito será”, explicou Takahashi.
Quanto a promessa de ocupação da área do entorno da Lagoa do Sapo, o chefe do executivo de Batayporã concluiu: “Vivemos num país democrático. Eles têm o direito de ir e vir. Se isso acontecer, vamos tomar as medidas pertinentes, mas quero dizer que não tenho nada contra as famílias. É um direito deles”, resume.
Caso foram retirados da área em que ocupam hoje, prometeram ocupar em frente a Lagoa do Sapo, onde fica o Paço Municipal, diz o grupo
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