As famílias protestaram em frente a unidade nesta terça

Uma diretora de Ceinf (Centro de educação infantil) foi exonerada pela Prefeitura. O que pode indicar uma prática corriqueira de gestão, causou a revolta de mães e pais que levam os filhos ao Ceinf do bairro Jardim Carioca. Isso porque Silva Paim, a diretora em questão, representa mais às famílias e até aos funcionários do local, do que o cargo que ocupa. Na tarde desta terça-feira (31), cerca de 30 pais e mães reuniram-se em frente a unidade para protestar contra a saída de Silvana. Munidos de cartazes e palavras de revolta, eles afirmam que a diretora “dava amor às crianças e o ‘sangue’ ao trabalho”.

É o que explica a esteticista Daniele de Almeida, 26. “Eu queria deixar claro, porque a diretora sempre deu o sangue pro Ceinf, ela sempre trabalhou pra proporcionar melhorias no Ceinf. Todo mundo sabe que a gestão do Bernal não tinha nem comida no Ceinf, e ela usava do dinheiro dela, ventiladores na sala, sempre fazendo rifas, com brindes que ela comprava do bolso dela. Sempre tratou bem os pais. As crianças bem tratadas, isso é uma injustiça muito grande”. Daniele afirma que a filha de três anos convive com a diretora “desde bebezinha”.

A informação se difundiu entre os pais. Um deles ficou sabendo e comunicou aos outros. Por mensagens, eles combinaram de manifestar a revolta em frente a unidade, onde estão na tarde de hoje.

“A gente estava sabendo que as diretoras tinham saído do Ceinf, a gente ficou revoltado, as crianças gostam dela, a gente não acha certo. Aí a gente começou a se reunir pra fazer uma multidão, pra fazer um abaixo assinado pra não sair, pra continuar. As crianças conhecem ela, quando viam ele já falavam: ‘a tia silvana, tia silvana’. Tem dois anos que eu deixo meus filhos aqui”, contou Sueli Nunes de Andrade, 33, dona de casa. Ela tem dois filhos frequentando a unidade no Jardim Carioca, e alega que pretende ir até a Prefeitura, “caso a situação não seja resolvida”.

 

 

 

 

Pedagoga e concursada há 20 anos, a ex-diretora Silvana Paim, 40, explica que recebeu uma ligação da Secretaria municipal de educação (Semed) na segunda-feira (30) durante a tarde. “Eu recebi uma ligação ontem a tarde da Semed, da Superintendência de gestão. Falaram que o critério usado no meu caso não foi por falta de competência, mas reorganização”, contou. Agora, a funcionária deve ser realocada.

Silvana começou no Ceinf como professora. “Eu assumi o meu concurso lá. Eles estão cumprindo um papel deles, eu tenho que aceitar e procurar outra coisa, mas no Carioca foi onde eu aprendi tudo”. Questionada sobre a ‘vontade’ de deixar o local, Silvana respondeu que ali, fazia o trabalho “por amor”. “Pelo contrário, eu já tinha muitos planos pra esse ano”, respondeu.

A recepcionista Suzane Vilhalva, 28, conta que a diretoria utilizava dos próprios recursos para realizar reformas no Centro. “Querendo ou não, quem faz a gestão é a diretora e ela fazia todo o Ceinf trabalhar eficientemente”, contou. “Deveriam concentrar esforços pra melhorar o bairro e não ficar implicando com as pessoas”, criticou.

“A festa de final de ano foi feita por ela e foi muito bem feita. Muitas vezes ela ia pra cozinha, ela limpava quando faltava funcionário, se faltava alguém do berçário, ela ia, pegava a criança”, relata a presidente da Associação de moradores do Jardim Carioca, Mirian de Souza Rolo, 59.

Uma funcionária que não quis se identificar, chorava enquanto falava de Silvana. “Ela sabia o nome de todas as mães e de todas as crianças. Ela não entrou no Ceinf por indicação política, entrou pelo próprio trabalho. Ela fez uma cirurgia e não pegou nenhum dia de atestado”, declarou.

As famílias conseguiram cerca de 100 assinaturas para um abaixo assinado que pede a permanência de Silvana no cargo.

Por meio da assessoria de imprensa, a Semed declarou que “exonerações de diretores de escola e Ceinfs são comuns nas trocas de governo”. a equipe também declarou quer “ainda nao foram feitas exonerações e por isso não vai comentar o assunto”.