Lotérica nega atendimento a cadeirante e testemunhas acionam a polícia
Segundo testemunhas, estabelecimento não possui itens de acessibilidade
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Segundo testemunhas, estabelecimento não possui itens de acessibilidade
Vera Lúcia da Silva, 52 anos, que teve paralisia infantil aos 2, nunca imaginou que seria impedida de pagar contas simplesmente por usar uma cadeira de rodas. Foi o que aconteceu hoje, pela segunda vez, em uma lotérica no bairro Parati, em Campo Grande. Segundo ela, o gerente do estabelecimento teria dado ordens para as atendentes não a deixarem entrar.
O empresário Jorge Neto, 31 anos, presenciou a situação e entrou em contato com a redação do Jornal Midiamax para fazer a denúncia. “Eu cheguei a intervir e perguntar porque não atenderiam a senhora, mas a caixa da lotérica simplesmente falou que era ordem do gerente e não queria perder o emprego”, relata.
Segundo o empresário, ela conseguiu entrar, mesmo com a ausência de rampa e qualquer item de acessibilidade, entretanto não conseguiu pagar suas contas. Vera Lúcia alega que eles reclamam do tamanho da cadeira e que o equipamento faria muito barulho.
“Mas não tem justificativa, é um triciclo motorizado, é elétrico, não faz barulho. Mas é a segunda vez que eles me impedem de ser atendida. Na outra vez o próprio gerente proibiu. E eu entrei quando não tinha ninguém, não tinha como atrapalhar”, reclama.
Vera Lúcia só não ficou com as contas atrasadas porque pediu para outra pessoa realizar os pagamentos. “Saí de lá passando mal e chorando. Foi muito humilhante”, lamenta.
Indignados com a situação, outras pessoas que estavam na fila acionaram a polícia que, ao chegar, conseguiram contato com o gerente, que negou as acusações. Vera Lúcia afirma que foi aconselhada pelos policiais a entrar com ação por danos morais. “Tenho duas testemunhas que estavam no local”, afirma.
Uma sobrinha de Vera Lúcia, que preferiu não se identificar, conta que, além de já ter sido barrada duas vezes na lotérica do bairro Parati, o mesmo já havia acontecido em outra lotérica situada na avenida Manoel da Costa Lima. Ela conta ainda que sua tia é uma pessoa muito trabalhadora. “Cuida da casa, cuidou das filhas, uma delas teve paralisia cerebral e faleceu com 18 anos. Ela vende vários produtos para se sustentar”, relata a sobrinha.
O Jornal Midiamax aguarda declaração da Caixa Econômica Federal, que foi contactada pela reportagem, porém até o fechamento deste texto, não havia se pronunciado.
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