Índios participam de retiro como meio de ‘escapar’ das drogas

Jovens e adolescentes se reúnem por quatro dias em Campo Grande

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Jovens e adolescentes se reúnem por quatro dias em Campo Grande

Ao menos 500 adolescentes e jovens índios se reúnem desde ontem, sábado, 25, na aldeia urbana Darcy Ribeiro, em Campo Grande, onde participam de um congresso promovido por professores, líderes religiosos e caciques indígenas. O evento é bem parecido aos retiros espirituais promovidos por igrejas católicas e evangélicas frequentadas por brancos.

“A ideia é afastar eles [jovens e adolescentes] das drogas e das bebidas alcoólicas, cigarros, um de nossas maiores preocupações”, disse Vânio Lara, cacique da aldeia Darcy Ribeiro, criada em 2007, onde vivem hoje em torno de 120 famílias.

O congresso, que segue até terça-feira, atraiu índios de aldeias de Aquidauana, Miranda e também de Sidrolândia. Na tarde deste domingo (26), os líderes do evento iam promover uma gincana aos arredores do centro da aldeia, onde fica a Igreja Pentecostal frequentada pelas famílias da região.

O congresso em questão é promovido pelo nono ano. Evento parecido a este é realizado por duas ocasiões, no dia do Índio (21 de abril) e no dia 2 de Abril, Dia da Criança.

“Dependência pelas drogas é a doença do mundo, e temos de combatê-la. A Igreja [Pentecostal, no caso] não deve se preocupar apenas com a religiosidade. Nesse congresso, jovens e adolescentes participam de estudos que mostram o que acontece no mundo e também de atividades recreativas”, afirmou o professor da aldeia indígena Cachoeirinha, em Miranda, Amarildo Júlio.

Pastor Rogério Lemes, também da aldeia Cachoeirinha, disse que o alcoolismo na região de Miranda, onde vivem em torno de 7 mil índios tem sido combatido com palestras e estudos. “E tem dado certo”, disse o pastor.

O evento indígena tem sido custeado pelos próprios índios. “Nossas casas viram hotéis durante esse período”, disse o cacique Vânio.

Mato Grosso do Sul abriga a segunda maior população indígena do Brasil, com 77 mil habitantes. Além do alcoolismo, droga, os índios são afetados também com casos de suicídios, principalmente na região da Grande Dourados.

 

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