É para escolher outro ponto do canteiro
O IHGMS (Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul) apresentou um parecer contrário em relação a instalação da estátua de bronze do escritor e poeta Manoel de Barros, no canteiro da Avenida Afonso Pena entre as Ruas Treze de Maio e Rui Barbosa, no Centro da Capital.
No início de agosto, o MPE (Ministério Público Estadual) já havia se manifestado contra a instalação e aguardava um parecer do IHGMS, que foi dado no último dia 18. O motivo, segundo o MPE e Instituto Histórico, é o de que o local se trata de um “sítio histórico militar”, onde já há um monumento da FEB (Força Expedicionária Brasileira).
Os dois órgãos querem que a estátua seja colocada em outro local. “Sendo possível, ao município, escolher outro ponto do canteiro para sua colocação”, disse o MPE em nota nesta quarta-feira (23).
O Ministério Público também recomenda a “substituição da vegetação jasmim manga, plantada ao lado do monumento aos heróis da FEB, e o plantio das árvores da mesma espécie daquelas que sofreram queda por fatores naturais (ingazeiro e fícus), nas duas extremidades do referido canteiro, bem como providenciar a retirada da base de concreto já construída no canteiro, que serviria como base de apoio para a fixação da estátua”.
O MPE deu um prazo de dias úteis, contados a partir do último dia 21, para que a Prefeitura informe se acatará a recomendação e o parecer do instituto.
O Ministério Público lembra que após o tombamento do canteiro, nenhuma intervenção pode ser realizada nos canteiros centrais sem o respaldo de da SECTUR (Secretaria Municipal de Cultura e Turismo) e do IHGMS. Para a instalação, a Prefeitura só havia apresentado o parecer favorável da Sectur (Secretaria Municipal de Cultura e Turismo). “No caso de descumprimento da Recomendação, por parte do município de Campo Grande, o Ministério Público promoverá o cumprimento da sentença, entre outras providências”, finaliza a nota.
“Quanto a importância todos reconhecemos, a obra do poeta é de grande valor. Abrigar no canteiro é compatível, é até desejável, agora, a discussão é colocar a 40 metros de onde já existe um monumento do exército”, esclareceu Paulo Cabral, presidente do IHGMS. “Campo Grande e Mato Grosso do Sul tem uma história intima com o Exército, cuja memória é fundamental que se complete”, compeltou, referindo-se ao monumento e prédio da FEB (Força Expedicionária Brasileira) e hotel militar.